JORNALISMO

Projeto Político Pedagógico

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Perfil Profissional

Do egresso do bacharelado em jornalismo espera-se competências gerais para:

- Compreender e valorizar como conquistas históricas da cidadania e indicadores de um estágio avançado de civilização, em processo constante de riscos e aperfeiçoamento: o regime democrático, o pluralismo de ideias e de opiniões, a cultura da paz, os direitos humanos, as liberdades públicas, a justiça social e o desenvolvimento sustentável;

- Conhecer, em sua unicidade e complexidade intrínsecas, a história, a cultura e a realidade social, econômica e política brasileira, considerando especialmente a diversidade regional, os contextos latino-americano e ibero-americano, o eixo sul-sul e o processo de internacionalização da produção jornalística;

- Identificar e reconhecer a relevância e o interesse público entre os temas da atualidade;

- Distinguir entre o verdadeiro e o falso a partir de um sistema de referências éticas e profissionais;

- Pesquisar, selecionar e analisar informações em qualquer campo de conhecimento específico;

- Dominar a expressão oral e a escrita em língua portuguesa;

- Ter domínio instrumental de pelo menos dois outros idiomas – preferencialmente inglês e espanhol, integrantes do contexto geopolítico em que o Brasil está inserido;

- Interagir com pessoas e grupos sociais de formações e culturas diversas e diferentes níveis de escolaridade; - Ser capaz de trabalhar em equipes profissionais multifacetadas;

- Saber utilizar as tecnologias de informação e comunicação;

- Pautar-se pela inovação permanente de métodos, técnicas e procedimentos; ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO “CARLOS ALBERTO REYES MALDONADO” CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Resolução nº 007/2019 – AD REFERENDUM DO CONEPE Página 7 de 62

- Cultivar a curiosidade sobre os mais diversos assuntos e a humildade em relação ao conhecimento;

- Possuir abertura para compreender que o aprendizado é permanente;

- Saber conviver com o poder, a fama e a celebridade mantendo a independência e o distanciamento necessários em relação aos mesmos;

- Perceber constrangimentos à atuação profissional e desenvolver senso crítico em relação a eles;

- Procurar ou criar alternativas para o aperfeiçoamento das práticas profissionais;

- Atuar sempre com discernimento ético.

Candidato(a) à Área

O profissional formado no curso de Bacharelado em Jornalismo da UNEMAT estará capacitado a exercer sua profissão e resolver problemas em diferentes segmentos do mercado de trabalho, tais como: empresas jornalísticas; emissoras de rádio e televisão; publicações digitais; produção de notícias para a Internet e outras mídias digitais; departamentos de comunicação de empresas públicas e privadas; assessoria de imprensa para entidades profissionais liberais, empresas diversas e organismos de classe e entidades não governamentais; trabalhos de divulgação científica, mercadológica e cultural, mercado editorial, institutos de pesquisa, entidades de classe, associações, sindicatos etc. O mercado de trabalho na área jornalística encontra-se em franca expansão na região de Tangará da Serra, bem como em todo o Estado de Mato Grosso. Segundo dados informados pela Associação Tangaraense de Imprensa - ATI (2016), a Microrregião de Tangará da Serra possui duas emissoras de rádio, cinco emissoras/retransmissoras de televisão, onze jornais entre diários, semanais, quinzenais e mensais, três revistas, sete jornais online, e três assessorias de imprensa institucionalizadas. Em Arenápolis tem-se um jornal impresso e duas emissoras de rádio, Barra do Bugres conta com três jornais, e o município de Nova Olímpia possui um jornal. Além disso, há um vasto campo para atuação desses profissionais na área de Assessoria de Imprensa e de Comunicação junto aos órgãos municipais e estaduais, bem como de particulares. Atualmente em todo o estado de Mato Grosso funcionam apenas cinco cursos de Jornalismo, sendo dois ofertados pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), nos Campus de Cuiabá e Barra do Garças; dois ofertados por instituição privada: Universidade de Cuiabá (UNIC) e Faculdade Cenecista de Sinop (Facenop) e o curso da Unemat, criado em 2005 e em funcionamento a partir de 2006, no Campus de Alto Araguaia, atualmente em processo de migração para o Campus de Tangará da Serra. Cenário este que demonstra uma carência na área de formação qualificada para atuar no campo da comunicação no estado.

Competências e Habilidades do Profissional

Seguindo a tendência de formação específica e as singularidades do jornalismo como campo profissional e de conhecimento no contexto do campo da Comunicação, compreende-se o jornalista profissional com formação universitária como produtor intelectual e agente da cidadania dando conta, por um lado, da complexidade e do pluralismo característicos da sociedade e da cultura contemporâneas e, por outro, dos fundamentos teóricos e técnicos especializados.

Competências cognitivas – Conhecer a história, os fundamentos e os cânones profissionais do jornalismo; Conhecer a construção histórica e os fundamentos da Cidadania; Compreender e valorizar o papel do jornalismo na democracia e no exercício da cidadania; Compreender as especificidades éticas, técnicas e estéticas do jornalismo, em suas complexidades de linguagem e como forma diferenciada de produção e socialização de informação e conhecimento sobre a realidade; Discernir os objetivos e as lógicas de funcionamento das instituições privadas, estatais, públicas, partidárias, religiosas ou de outra natureza em que o jornalismo é exercido, assim como as influências do contexto neste exercício.

Competências pragmáticas – Contextualizar, interpretar e explicar informações relevantes da atualidade, agregando-lhes elementos de elucidação necessários à compreensão da realidade; Perseguir elevado grau de precisão no registro e na interpretação dos fatos noticiáveis; Propor, planejar, executar e avaliar projetos na área de jornalismo; Organizar pautas e planejar coberturas jornalísticas; Formular questões e conduzir entrevistas; Adotar critérios de rigor e independência na seleção das fontes e no relacionamento profissional com elas, tendo em ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO “CARLOS ALBERTO REYES MALDONADO” CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Resolução nº 007/2019 – AD REFERENDUM DO CONEPE Página 6 de 62 vista o princípio da pluralidade, o favorecimento do debate, o aprofundamento da investigação e a garantia social da veracidade; Dominar metodologias jornalísticas de apuração, depuração, aferição, produção, edição e difusão; Conhecer conceitos e dominar técnicas dos gêneros jornalísticos; Produzir enunciados jornalísticos com clareza, rigor e correção, e ser capaz de editálos em espaços e períodos de tempo limitados; Traduzir em linguagem jornalística, preservandoos, conteúdos originalmente formulados em linguagens técnico-científicas, mas cuja relevância social justifique e/ou exija disseminação não especializada; Elaborar, coordenar e executar projetos editoriais de cunho jornalístico para diferentes tipos de instituições e públicos; Elaborar, coordenar e executar projetos de assessoria jornalística a instituições legalmente constituídas de qualquer natureza, assim como projetos de jornalismo em comunicação comunitária, estratégica ou corporativa; Compreender, dominar e gerir processos de produção jornalística, e ser capaz de aperfeiçoá-los pela inovação e pelo exercício do raciocínio crítico; Dominar linguagens midiáticas e formatos discursivos utilizados nos processos de produção jornalística nos diferentes meios e modalidades tecnológicas de comunicação; Dominar o instrumental tecnológico – hardware e software – utilizado na produção jornalística; Avaliar criticamente produtos e práticas jornalísticas.

Competências comportamentais – Perceber a importância e os mecanismos da regulamentação político-jurídica da profissão e da área de comunicação social; Identificar, estudar e analisar questões éticas e deontológicas no jornalismo; Conhecer e respeitar os princípios éticos e as normas deontológicas da profissão; Avaliar, à luz de valores éticos, as razões e os efeitos das ações jornalísticas; Atentar para os processos que envolvem a recepção de mensagens jornalísticas e o seu impacto sobre os diversos setores da sociedade; Impor aos critérios, às decisões e às escolhas da atividade profissional as razões do interesse público; Exercer, sobre os poderes constituídos, fiscalização comprometida com a verdade dos fatos, o direito dos cidadãos à informação e o livre trânsito das ideias e das mais diversas opiniões

Sistema de Gestão do Curso

A matriz curricular o curso de Jornalismo tem suas disciplinas divididas em seis eixos de formação, conforme Diretrizes Nacionais do Curso de Jornalismo, que constam do Parecer CNE nº 39/2013. São estes eixos:

I. Eixo de fundamentação humanística, cujo objetivo é capacitar o jornalista para exercer a sua função intelectual de produtor e difusor de informações e conhecimentos de interesse para a cidadania, privilegiando a realidade brasileira, como formação histórica, estrutura jurídica e instituições políticas contemporâneas; sua geografia humana e economia política; suas raízes étnicas, regiões ecológicas, cultura popular, crenças e tradições; arte, literatura, ciência, tecnologia, bem como os fatores essenciais para o fortalecimento da democracia, entre eles as relações internacionais, a diversidade cultural, os direitos individuais e coletivos; as políticas públicas, o desenvolvimento sustentável, as oportunidades de esportes, lazer e entretenimento e o acesso aos bens culturais da humanidade, sem se descuidar dos processos de globalização, regionalização e das singularidades locais, comunitárias e da vida cotidiana.

II. Eixo de fundamentação específica, cuja função é proporcionar ao jornalista clareza conceitual e visão crítica sobre a especificidade de sua profissão, tais como: fundamentos históricos, taxonômicos, éticos, epistemológicos; ordenamento jurídico e deontológico; instituições, pensadores e obras canônicas; manifestações públicas, industriais e comunitárias; os instrumentos de auto-regulação; observação crítica; análise comparada; revisão da pesquisa científica sobre os paradigmas hegemônicos e as tendências emergentes.

III. Eixo de fundamentação contextual, que tem por escopo embasar o conhecimento das teorias da comunicação, informação e cibercultura, em suas dimensões filosóficas, políticas, psicológicas e socioculturais, o que deve incluir as rotinas de produção e os processos de recepção, bem como a regulamentação dos sistemas midiáticos, em função do mercado potencial, além dos princípios que regem as áreas conexas.

IV. Eixo de formação profissional, que objetiva fundamentar o conhecimento teórico e prático, familiarizando os estudantes com os processos de gestão, produção, métodos e técnicas de apuração, redação e edição jornalística, possibilitando-lhes investigar os acontecimentos relatados pelas fontes, bem como capacitá-los a exercer a crítica e a prática redacional em língua portuguesa, de acordo com os gêneros e os formatos jornalísticos instituídos, as inovações tecnológicas, retóricas e argumentativas.

V. Eixo de aplicação processual, cujo objetivo é o de fornecer ao jornalista ferramentas técnicas e metodológicas, de modo que possa efetuar coberturas em diferentes suportes: jornalismo impresso, radiojornalismo, telejornalismo, webjornalismo, assessorias de imprensa e outras demandas do mercado de trabalho.

VI. Eixo de prática laboratorial, que tem por objetivo adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades inerentes à profissão a partir da aplicação de informações e valores. Possui a função de integrar os demais eixos, alicerçado em projetos editoriais definidos e orientados a públicos reais, com publicação efetiva e periodicidade regular, tais como: jornal, revista e livro, jornal mural, radiojornal, telejornal, webjornal, agência de notícias, assessoria de imprensa, entre outros.