TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS
Projeto Político Pedagógico
1 PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO E CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
O egresso do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais deverá ser um profissional tecnólogo com sólida formação técnica, gerencial e socioemocional, capaz de atuar de forma ética, inovadora e crítica em organizações públicas, privadas e do terceiro setor.
Sua formação contempla competências previstas no Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia (Processos Gerenciais), tais como: planejar, implantar e gerenciar processos organizacionais; aplicar métodos e ferramentas de gestão; desenvolver soluções inovadoras para o aperfeiçoamento de processos e resultados; atuar com visão sistêmica e estratégica; e promover a sustentabilidade das organizações.
A gestão e inovação em agronegócios diferenciam o egresso, permitindo que ele compreenda a complexidade das cadeias produtivas agroindustriais e atue na proposição de estratégias que potencializem a competitividade, a inovação tecnológica e a sustentabilidade no setor.
Perfil do Egresso
O tecnólogo formado deverá ser capaz de:
- Planejar, executar, avaliar e aprimorar processos gerenciais em diferentes contextos organizacionais, com direcionamento especial para os desafios e oportunidades do agronegócio;
- Atuar de forma empreendedora, inovadora e responsável, identificando oportunidades de negócios e propondo soluções criativas para organizações de distintos setores, com ênfase nas cadeias produtivas do agronegócio mato-grossense;
- Aplicar conhecimentos de finanças, marketing, logística, gestão de pessoas, produção e operações, dentre outras áreas da gestão, articulando-os às necessidades de organizações em geral, com foco diferenciado nas demandas do agronegócio;
- Analisar cenários organizacionais e de mercado, propondo estratégias competitivas e sustentáveis que possam ser implementadas em múltiplos segmentos, especialmente no agronegócio;
- Utilizar ferramentas de inovação e tecnologias digitais para modernizar a gestão e fortalecer a competitividade das organizações, sobretudo aquelas ligadas ao contexto agropecuário e agroindustrial.
- Integrar a dimensão socioambiental às práticas gerenciais, assegurando responsabilidade ética, compromisso social e contribuição ao desenvolvimento sustentável em diferentes áreas produtivas, com atenção particular ao agronegócio mato-grossense.
- Atuar de forma colaborativa, interdisciplinar e com liderança, respondendo às exigências do mundo do trabalho em organizações de diversos portes e segmentos, com especial aplicabilidade ao setor agropecuário.
O campo de atuação do egresso é amplo e diversificado, abrangendo organizações de diferentes portes e setores, tais como:
- Empresas de planejamento, desenvolvimento de projetos, assessoramento técnico e consultoria, especialmente no setor do agronegócio;
- Empresas do agronegócio: cooperativas, agroindústrias, tradings, empresas de logística, armazenagem, comercialização e insumos agrícolas;
- Organizações públicas e privadas: instituições financeiras, órgãos de fomento, secretarias e entidades governamentais ligadas ao desenvolvimento rural e econômico;
- Empreendimentos próprios: Startups, consultorias e negócios inovadores em gestão e agronegócios;
- Terceiro setor: associações e organizações não governamentais voltadas para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, especialmente na área rural;
- Institutos e Centros de Pesquisa: Instituições de ensino e pesquisa, mediante formação requerida pela legislação vigente.
1.1 Certificações Intermediárias
A adequação estrutural do currículo por competências seguirá os princípios da flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização. A estrutura curricular do curso se dá a partir de estágios progressivos de desenvolvimento de competências profissionais no itinerário formativo. O currículo, desta forma, é composto por disciplinas, que estão contidas em um bloco denominado “módulo”.
A distribuição das disciplinas durante o curso dar-se-á por períodos. A conclusão de períodos do curso forma módulos de certificações. Conforme o Art. 12, parágrafo segundo, da Resolução CNE/CP Nº 1, de 5 de janeiro de 2021, [1]“Os cursos de qualificação profissional podem também abarcar saídas intermediárias dos Cursos Técnicos de Nível Médio (qualificação profissional técnica) e dos cursos de Educação Profissional Tecnológica de Graduação (qualificação profissional tecnológica), devidamente reconhecidas pelo mercado de trabalho e identificadas na CBO”.
Os módulos podem ser entendidos como um conjunto de conhecimentos profissionais que, estruturados pedagogicamente, respondem a uma etapa do processo de formação. Cada módulo representa uma fase significativa do processo de aprendizagem e constitui unidades base para a avaliação por competências. A utilização de módulos é uma das formas para flexibilizar e organizar o currículo centrado na aprendizagem do estudante e na sua ampliação de competências.
Os módulos que constituem a matriz curricular do curso permitem a certificação intermediária da seguinte forma:
1) O módulo de Formação Básica em Gestão confere o certificado de “Auxiliar de Gestão Organizacional”;
2) O módulo de Formação Básica mais o Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais conferem o certificado de “Assistente de Gestão”;
3) O módulo de Formação Básica mais o Primeiro e o Segundo Módulos de Formação Específica em Processos Gerenciais conferem o certificado de “Analista de Gestão”;
4) A soma dos quatro módulos mais a integralização das 160 horas de creditação da extensão confere o Grau de “Tecnólogo em Processos Gerenciais”.
Quadro 2 – Certificações Intermediárias no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
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Certificações Intermediárias no CST em Processos Gerenciais |
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Módulos |
CH |
Certificação |
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Módulo de Formação Básica em Gestão |
360 |
Auxiliar de Gestão Organizacional |
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Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
Assistente de Gestão |
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Segundo Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
Analista de Gestão |
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Terceiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
Tecnólogo em Processos Gerenciais |
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Creditação da Extensão |
160 |
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Carga Horária Total |
1600 |
Tecnólogo em Processos Gerenciais |
Fonte: Elaborado pelo autor (2025).
A possibilidade de saídas intermediárias permite uma certificação gradativa, à medida que os estudantes concluírem os módulos, desde que assinem uma declaração de desistência do curso. Esse item está pautado no artigo 6º do Decreto Nº 5.154 de 23 de julho de 2004[2]. ao descrever que “os cursos e programas de educação profissional técnica de nível médio e os cursos de educação profissional tecnológica de graduação, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, incluirão saídas intermediárias, que possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho, após sua conclusão com aproveitamento”.
A vantagem desse processo diz respeito ao fato de que, ao escolher um curso, o estudante pode apresentar, a partir da conclusão de cada módulo, uma certificação na qual especifica as competências construídas até então. Nesse aspecto, o estudante poderá inserir-se mais rapidamente no mundo do trabalho, e as organizações que irão absorvê-lo poderão ter uma visão mais clara dos conhecimentos alcançados.
De acordo com o Art. 29 da Resolução CNE/CP Nº 1, de 5 de janeiro de 2021[3], “Os cursos de Educação Profissional Tecnológica de Graduação, também denominados Cursos Superiores de Tecnologia (CST), podem ser organizados por unidades curriculares, etapas ou módulos que correspondam a qualificações profissionais identificáveis no mundo do trabalho [...] O estudante que concluir etapas ou módulos correspondentes a qualificações profissionais fará jus ao respectivo certificado de qualificação profissional tecnológica [...] O histórico escolar que acompanha o certificado de qualificação profissional tecnológica deve incluir as competências profissionais definidas no perfil de conclusão da respectiva unidade curricular, módulo ou etapa”.
O curso de Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra, promoverá, ao longo do itinerário formativo o desenvolvimento em seus egressos das seguintes Competências Profissionais agrupadas a partir de cada um dos módulos que constituem o itinerário formativo:
Quadro 3 – Competências Profissionais a serem desenvolvidas em cada um dos Módulos do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
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Competências Profissionais a serem Desenvolvidas em cada um dos Módulos Do CST em Processos Gerenciais |
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MÓDULO |
Competências |
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Módulo de Formação Básica em Gestão |
ü Realizar diagnósticos e análises de dados referentes a sistemas e processos organizacionais, incorporando novos conhecimentos da ciência da Administração, aplicáveis a diferentes setores, com especial direcionamento para as demandas do agronegócio ü Identificar ações da organização em comparação às diversas legislações e normas vigentes, indicar mecanismos para acompanhar sua conformidade aos padrões legais e normativos; ü Extrair e analisar informações de natureza econômica e financeira a partir dos demonstrativos e relatórios contábeis para subsidiar o processo decisório; ü Analisar cenários econômicos e interpretar indicadores macro e microeconômicos para subsidiar a tomada de decisões em diferentes contextos organizacionais; ü Reconhecer o papel e as possibilidades de atuação do Tecnólogo em Processos Gerenciais planejando seu itinerário formativo de forma integrada ao projeto de vida pessoal e profissional, sem perder de vista sua inserção em diferentes tipos de organizações, sobretudo aquelas ligadas ao agronegócio mato-grossense. |
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Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
ü Elaborar, sistematizar e interpretar indicadores quantitativos para subsidiar a tomada de decisão em diferentes tipos de empreendimentos, com atenção especial às demandas do agronegócio; ü Caracterizar e interpretar as diversas cadeias produtivas do agronegócio mato-grossense, suas potencialidades e principais desafios; ü Coletar, organizar e analisar informações gerenciais para a elaboração de orçamentos, planejamento financeiro, controle e otimização de custos de produção em diferentes tipos de organizações, com atenção diferenciada às especificidades dos empreendimentos agropecuários e agroindustriais. ü Identificar fontes de captação de recursos financeiros, aplicar técnicas de avaliação de investimentos e ferramentas de gestão do capital de giro que contribuam para decisões assertivas, com atenção especial às demandas do setor agropecuário; ü Atuar de forma orientada à inovação e ao empreendedorismo, identificando oportunidades em diversos setores econômicos e desenvolvendo soluções inovadoras que contribuam, de maneira destacada, para a competitividade e sustentabilidade do agronegócio. |
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Segundo Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
ü Gerenciar o fluxo de movimentação e a armazenagem de insumos e produtos em diferentes tipos de organizações, coordenando também os serviços de informação associados a toda a cadeia produtiva, buscando rapidez, redução de custos e atendimento eficaz das necessidades do cliente, com foco especial nas cadeias agropecuárias e agroindustriais; ü Compreender os sistemas de gestão de pessoas e gerenciar ações voltadas à captação, engajamento, desenvolvimento, retenção e coordenação de diferentes perfis profissionais em variados contextos organizacionais, com direcionamento diferenciado para empreendimentos do agronegócio; ü Gerenciar os processos de planejamento e controle da produção em organizações de diferentes setores, desde o recebimento da matéria-prima até a industrialização, conservação e entrega do produto final, com aplicabilidade destacada às atividades agroindustriais; ü Prospectar mercados e canais de comercialização estratégicos para produtos e serviços de diferentes setores, elaborando análises comerciais que considerem demandas e oportunidades de mercado, com ênfase nas cadeias agropecuárias e agroindustriais; ü Projetar, modelar e otimizar processos de negócio em consonância com os objetivos organizacionais, estruturando sistemas administrativos e de controle em diversos tipos de empreendimentos, com direcionamento particular às organizações do agronegócio; ü Projetar, desenvolver, testar e refinar produtos mínimos viáveis (MVP) de soluções inovadoras para organizações de diferentes setores, utilizando o Ciclo Construir-Medir-Aprender, com foco estratégico na criação de inovações voltadas ao agronegócio mato-grossense. |
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Terceiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
ü Reconhecer e adotar boas práticas de gestão que priorizem a governança corporativa, a sustentabilidade e o desenvolvimento social em organizações de diferentes setores, com ênfase no contexto do agronegócio mato-grossense; ü Definir os objetivos do empreendimento, analisar cenários e projetar estratégias de ação que permitam responder de forma eficaz às demandas organizacionais, com aplicação especial às organizações do agronegócio, sem limitar-se a elas; ü Desenvolver e gerenciar projetos em organizações de variados segmentos, utilizando as melhores práticas em gerenciamento de projetos, atendendo às exigências do mercado, aos objetivos organizacionais e aos interesses dos stakeholders, com especial atenção às demandas do agronegócio; ü Compreender os sistemas de gerenciamento da informação, mapear indicadores e parâmetros de desempenho e propor métodos de coleta, processamento e análise de dados aplicáveis a diferentes organizações, com foco direcionado, mas não exclusivo, às do setor agropecuário; ü Elaborar planos de negócios que favoreçam a mobilização de recursos e a implementação de projetos empreendedores e inovadores, voltados tanto para organizações do agronegócio quanto para outros tipos de organizações que demandem soluções criativas e sustentáveis. |
Fonte: Elaborado pelo autor (2025).
[1] Resolução CNE/CP Nº 1, de 5 de janeiro de 2021, define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=167931-rcp001-21&category_slug=janeiro-2021-pdf&Itemid=30192
[2] Decreto Nº 5.154 de 23 de julho de 2004, regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5154.htm
[3] Resolução CNE/CP Nº 1, de 5 de janeiro de 2021, define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica.
1.1 Relação entre Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação
O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é previsto no artigo 207 da Constituição Federal de 1988, no PDI, PEP, Regimento Geral (Art. 3)[1], Estatuto (Art. 2) e nas Políticas de Ensino, Pesquisa[2] e Extensão[3] da UNEMAT, sendo atendido no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra. Na UNEMAT, a Inovação é agregada a este tripé, por meio da Política de Inovação, cuja gestão fica sob a responsabilidade da Agência de Inovação da UNEMAT (AGINOV), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG).
As atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação desenvolvidas pelos professores do curso são articuladas e desenvolvidas a partir dos dois núcleos existentes no curso: o Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão Estudos Organizacionais e Agro Inteligência em Gestão (NEO AGRO)[4], e o Núcleo de Ensino, Pesquisa, Extensão e Estudos da Complexidade no Mundo do Trabalho (NECOMT)[5] . O quadro docente do curso também compõe, em conjunto com professores de outros cursos, um Ambiente Promotor de Empreendedorismo e Inovação (API) chamado de Ambiente UNEMAT de Empreendedorismo e Inovação da Região Sudoeste de Mato Grosso (Empreenda MT )[6], criado em 2020, na UNEMAT, Campi Barra do Bugres, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda, a partir do Edital 09/2020 da FAPEMAT que promoveu a criação de inúmeros APIs espalhados pelo estado.
As diferentes iniciativas de ensino, pesquisa, extensão e inovação do curso se organizam em torno uma linha e suas sublinhas, a saber:
GESTÃO, EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EM AGRONEGÓCIOS (GEISA)
Agricultura Familiar: Contempla ações de pesquisa, extensão e inovação que tenham como objeto a inserção das formas familiares de produção nas cadeias produtivas do agronegócio regional. Objetiva também desenvolver trabalhos de pesquisa, extensão e inovação que visem analisar as relações entre agricultura familiar e sustentabilidade, num enfoque que envolva as dimensões econômicas, sociais e ambientais dessa forma de produção. São também contempladas as relações tecidas entre o Estado e os agricultores familiares, analisando-se os processos sociais de concepção, operacionalização e efeitos das políticas públicas no espaço agrário regional e brasileiro e seus impactos na inclusão socioprodutiva dos agricultores familiares e no desenvolvimento social da agricultura familiar.
Sustentabilidade em Agronegócios: tem como escopo de atuação o desenvolvimento de práticas de pesquisa, extensão e inovação relacionadas ao desenvolvimento sustentável do agronegócio no estado de Mato Grosso, com enfoque em uma análise multidisciplinar e interdisciplinar da problematização de seus impactos ambientais e sociais. Contempla os processos de formulação, gestão e avaliação de políticas públicas e não públicas com relação à sustentabilidade no agronegócio, análise dos impactos das inovações tecnológicas, da modernização da agricultura, do funcionamento dos mercados, do comportamento dos consumidores e dos agentes sociais formadores de opinião. Contempla práticas relacionadas à gestão socioambiental, agroecologia, economia ambiental, economia criativa, solidária e circular, tecnologia social, turismo no espaço rural, dentre outras práticas relacionadas.
Gestão de Sistemas Agroindustriais: tem por objeto trabalhos de pesquisa, extensão e inovação relacionados às atividades de gestão em sistemas de produção agropecuária e agroindustrial, principalmente àquelas relacionadas a viabilidade econômica, qualidade da produção, manejo, gestão de pessoas, custos logísticos e operacionais e estudo das relações entre organizações, mercados, instituições e processos para a análise da competitividade dos complexos agroindustriais. Parte da visão sistêmica de cadeias agroindustriais e se articula em torno dos eixos principais: gestão das organizações agropecuárias e agroindustriais; análise de estratégias organizacionais; custos operacionais e logísticos; comercialização agrícola; avaliação de políticas agrícolas; gestão de pessoas no agronegócio; inovação e adoção de tecnologia para a competitividade regional.
Competitividade de Sistemas Agroindustriais: contempla ações de pesquisa, extensão e inovação sobre diferentes aspectos dos sistemas agroindustriais (eficiência produtiva, econômica, gerencial, social e ambiental, etc.) que contribuam para a melhoria da competitividade e do desenvolvimento econômico e sustentável dos sistemas produtivos. As ações contemplarão, a partir de uma abordagem sistêmica, a avaliação dos ambientes econômico, político e socioambiental em que os sistemas agroindustriais estão inseridos; a análise e desenvolvimento de ações de coordenação entre os agentes; a avaliação e proposição de estratégias gerenciais, de produção, de inovação, de acesso a mercados e de internacionalização; eficiência produtiva e de processos de geração e transferência tecnológica; a adequação e/ ou desenvolvimento de instrumentos e metodologias que promovam a competitividade dos agentes, a coordenação e a formulação de políticas público-privadas.
Tecnologia Aplicada ao Agronegócio: abrange projetos de pesquisa, extensão e inovação relacionados ao desenvolvimento de sistemas e processos automatizados que possam auxiliar os produtores rurais na solução de problemas organizacionais de suas propriedades, além de buscar o aperfeiçoamento de sistemas e processos já utilizados. Contempla também ações de pesquisa, extensão e inovação que contemplem o desenvolvimento de softwares, aplicativos e ferramentas computacionais, com adoção de tecnologias relacionadas à Agricultura Digital (inteligência artificial, internet das coisas, dentre outras) que possibilitem ao produtor rural obter informações rápidas e precisas sobre o negócio, podendo tomar decisões de forma estratégica, visando a melhoria dos resultados.
1.2 Formação Continuada e Integração com a Pós-graduação
Seguindo os parâmetros legais que instruem a elaboração de um PPC, o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais contempla a articulação entre graduação e pós-graduação, alicerçando-se no conceito da Educação Continuada, que consiste na ideia da constante qualificação do indivíduo, seja no âmbito acadêmico, profissional ou pessoal.
Nesse sentido, o profissional formado pelo curso, ao findar a sua graduação, poderá dar continuidade à sua formação tanto a nível de graduação quanto de pós-graduação. A nível de graduação ele poderá dar continuidade aos seus estudos por meio do curso de Bacharelado em Administração – Linha de Formação em Gestão e Negócios ofertado pela UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra no período noturno. Como os dois cursos são da área da gestão, o estudante poderá requerer o aproveitamento das disciplinas cursadas compatíveis abreviando o seu itinerário formativo no bacharelado.
Poderá optar também por buscar uma segunda formação direcionada que lhe permita se especializar, se aprofundar, em outro setor econômico ou em determinadas áreas da gestão por meio de outros Cursos Superiores de Tecnologia (CST) que serão ofertados (Recursos Humanos, Logística, Gestão Financeira, Comércio Exterior, Gestão Comercial, Gestão de Cooperativas, dentre outros) no mesmo Câmpus de forma alternada e conforme demanda. O primeiro módulo do curso, o Módulo de Formação Básica em Gestão (420 horas), será comum a todos os CST na área de Gestão e Negócios que venham a ser ofertados. Isso facilitará e abrevia o itinerário formativo na nova graduação, possibilitando a conclusão do segundo curso em um período de até 18 meses.
O estudante também terá à sua disposição várias opções de cursos de pós-graduação, na modalidade Lato Sensu. Esses cursos deverão enriquecer os conhecimentos adquiridos e propiciar uma especialização capaz de fortalecer a capacitação desse profissional no mercado de trabalho, configurando-se assim, em uma perspectiva da educação continuada para o discente do curso de graduação.
Do ponto de vista gerencial e operacional, esses cursos podem estar vinculados a um programa de pós-graduação vinculado à FACSAL ou aos Núcleos institucionalizados neste curso e deverão estar arranjados em áreas específicas da administração e/ou linha de formação do curso. Dentre outros, seguem alguns cursos que poderão ser criados e oferecidos nesse contexto: a) Empreendedorismo e Gestão da Inovação, b) Finanças Corporativas, c) Gestão do Agronegócio, d) Gestão Empresarial, e) Gestão e Políticas Públicas, f) Marketing 4.0. A elaboração e implementação desses cursos deverão respeitar a Resolução 012/2021 - CONEPE, que regulamenta o processo de institucionalização e funcionamento dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na modalidade presencial e a distância, da Universidade do Estado de Mato Grosso[7].
Atualmente estão abertas as inscrições para a terceira turma da Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e Inovação, promovida pelos Cursos de Administração e Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra em conjunto com a AGINOV. Grande parte do quadro docente da Especialização é composta por professores deste curso. Esta especialização tem como objetivo capacitar profissionais com conhecimentos técnicos e científicos para atuarem como condutores de melhorias em processos, produtos e/ou serviços e serem líderes de pessoas, com foco na criação de culturas de inovação em diferentes modelos de negócio e com uma visão sistêmica das organizações. O curso possui uma carga horária de 390 horas e uma duração de 12 meses.
Para verticalizar a formação do profissional do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais outros cursos de pós-graduação Lato Sensu poderão ser desenvolvidos, como por exemplo, o Curso de Especialização em Gestão do Agronegócio, já editado pelo Curso de Administração em 2006 e que possui uma alta demanda na sociedade, inclusive por egressos formados nos bacharelados em Administração e outros cursos afins.
Além dos cursos de pós-graduação Lato Sensu nas modalidades Especialização e Master Business Administration (MBA), poderão ser ofertados cursos de Aperfeiçoamento e Extensão, de média e curta duração, voltados à complementação de estudos e atualização profissional a partir das exigências de mercado e em diálogo com o estado da arte em diferentes áreas do conhecimento. O Art. 27, inciso I, do Art. 27 da Resolução CNE/CP Nº 1, de 5 de janeiro de 2021, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, possibilita que os cursos de educação tecnológica em nível de graduação promovam qualificação profissional tecnológica como etapa de terminalidade intermediária. Assim, os diferentes módulos que compõem o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais constituem-se como possibilidades de oferta de aperfeiçoamento profissional.
Outra modalidade de pós-graduação que poderá fazer parte dessa articulação com a graduação é a Stricto Sensu. Com a qualificação em nível de doutorado da maioria do quadro docente do curso, fatalmente se tornará realidade esse projeto, considerando essa qualificação e também a linha de formação do curso.
Atualmente, é oferecido no Câmpus de Tangará da Serra, o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola (PPGASP)[8], um mestrado em que o formado no curso poderá cursar, tendo possibilidade de ter adquirido em apenas 4 (quatro) anos titulação de mestre pela UNEMAT. O PPGASP é uma proposta interdisciplinar originada no Curso de Agronomia do Câmpus e que tem aderência à formação desse tecnólogo, especialmente para profissionais que pretendem desenvolver estudos e pesquisa na área de ambientes e sistemas de produção agrícola.
Uma outra possibilidade de mestrado que se mostra pertinente para os formados nesse curso tecnólogo é o Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFINIT), que atualmente é ofertado na UNEMAT – Câmpus de Sinop[9] e que pode se estender futuramente para outros Câmpus da UNEMAT, inclusive o de Tangará da Serra. O PROFNIT é um mestrado profissional dedicado ao aprimoramento da formação profissional para atuar nas competências dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e nos Ambientes Promotores de Inovação nos diversos setores acadêmico, empresarial, governamental, organizações sociais, etc.
1.3 Critérios de Aproveitamento de Conhecimentos e Experiências Anteriores, Inclusive para Reconhecimento de Saberes e Competências
Os acadêmicos matriculados no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais poderão ter o seu período de formação abreviado por meio do aproveitamento de saberes e competências profissionais, tanto aqueles desenvolvidos no âmbito da educação formal quanto aqueles desenvolvidos por meio de experiências profissionais anteriores e de outras experiências extraescolares. Assim, tanto aqueles estudantes que já cursaram disciplinas em outros cursos de nível superior, e que tenham compatibilidade com alguma disciplina ofertada no curso, quanto aqueles que tenham considerável conhecimento e experiências profissionais no campo da Gestão, poderão pleitear o aproveitamento destas disciplinas, saberes e competências profissionais. Este processo será realizado à luz do que estabelece a legislação nacional e os dispositivos legal-normativos internos da UNEMAT.
A Lei Nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, ao tratar dos princípios e fins da educação nacional, em seu Art. 3.º, estabelece que o ensino será ministrado com base, entre outros, nos princípios da “valorização da experiência extraescolar” e da vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais”. Ainda de acordo com a LDB, em seu Art. 41, “o conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos”. O Art. 47, parágrafo segundo, enfatiza que “Os estudantes que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino”.
Ainda na esfera dos dispositivos legais nacionais, a Resolução MEC CNE/CP Nº 1/2021, que Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, no que tange ao aproveitamento de disciplinas e competências, estabelece em seu Art. 5º., § 6º que “Os itinerários formativos profissionais devem possibilitar um contínuo e articulado aproveitamento de estudos e de experiências profissionais devidamente avaliadas, reconhecidas e certificadas por instituições e redes de Educação Profissional e Tecnológica, criadas nos termos da legislação vigente”.
Ao tratar da estrutura e organização dos cursos de educação profissional e tecnológica de graduação, a mesma Resolução em seu Art. 30, inciso VI estabelece que: “Os PPCs de Educação Profissional Tecnológica de Graduação a serem submetidos à devida aprovação dos órgãos competentes, nos termos da legislação em vigor, devem conter, pelo menos, os seguintes itens: [...] VI - critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores, inclusive para reconhecimento de saberes e competências;”.
A Resolução MEC CNE/CP Nº 1/2021, em seu Capítulo XIV, normatiza os processos de aproveitamento de estudos nos cursos de educação profissional e tecnológica. De acordo com o que estabelece o Art. 46 (grifo nosso):
Art. 46 Para prosseguimento de estudos, a instituição de ensino pode promover o aproveitamento de estudos, de conhecimentos e de experiências anteriores, inclusive no trabalho, desde que diretamente relacionados com o perfil profissional de conclusão da respectiva qualificação profissional ou habilitação profissional técnica ou tecnológica, que tenham sido desenvolvidos:
I – Em qualificações profissionais técnicas e unidades curriculares, etapas ou módulos de cursos técnicos ou de Educação Profissional e Tecnológica de Graduação regularmente concluídos em outros cursos;
II – Em cursos destinados à qualificação profissional, incluída a formação inicial, mediante avaliação, reconhecimento e certificação do estudante, para fins de prosseguimento ou conclusão de estudos;
III – Em outros cursos e programas de Educação Profissional e Tecnológica, inclusive no trabalho, por outros meios formais, não formais ou informais, ou até mesmo em outros cursos superiores de graduação, sempre mediante avaliação do estudante; e
IV – Por reconhecimento, em processos formais de certificação profissional, realizados em instituição devidamente credenciada pelo órgão normativo do respectivo sistema de ensino ou no âmbito de sistemas nacionais de certificação profissional de pessoas.
O Capítulo XV da Resolução MEC CNE/CP Nº 1/2021 trata mais diretamente da questão do reconhecimento de saberes e competências adquiridos tanto nos espaços educativos quanto no ambiente de trabalho. Conforme o que estabelece em seu Art. 47, parágrafo primeiro (grifo nosso):
Art. 47. Os saberes adquiridos na Educação Profissional e Tecnológica e no trabalho podem ser reconhecidos mediante processo formal de avaliação e reconhecimento de saberes e competências profissionais - Certificação Profissional para fins de exercício profissional e de prosseguimento ou conclusão de estudos, em consonância com o art. 41 da Lei nº 9.394/1996.
§ 1º A certificação profissional abrange a avaliação do itinerário profissional e social do estudante, que inclui estudos não formais e experiência no trabalho (saber informal), bem como a orientação para continuidade de estudos, segundo itinerários formativos coerentes com os históricos profissionais dos cidadãos, para valorização da experiência extraescolar.
No âmbito da UNEMAT, o aproveitamento de estudos a partir de disciplinas cursadas em outros cursos de nível superior é regulamentado pela Resolução Nº 001/2024 – CONEPE, que institui a Normatização Acadêmica da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), em seu Título IX dos Procedimentos Acadêmicos Complementares, Capítulo I do Aproveitamento de Estudos. Conforme o que estabelece a resolução, os processos de aproveitamento de estudos dos componentes curriculares para os cursos de graduação serão analisados mediante os seguintes critérios: equivalência de estudos, aproveitamento parcial de estudos e equivalente valor formativo.
A Resolução Nº 001/2024 – CONEPE também prevê, por meio do Título IX dos Procedimentos Acadêmicos Complementares, Capítulo II do Extraordinário Aproveitamento de Estudos, o Extraordinário aproveitamento de estudos a partir do que estabelece o §2º do Art. 47 da Lei 9.394/96 – LDB. Ele pode ser requerido em situações em que o acadêmico apresente previamente um satisfatório domínio dos saberes e competências trabalhados em determinadas disciplinas do curso. Permite ao estudante a dispensa de cursar uma ou mais disciplinas dentre as que compõem o currículo do curso superior que realiza, de forma a abreviar o seu tempo de duração. A solicitação de avaliação por extraordinário aproveitamento de estudos não se aplica a disciplinas às quais o estudante tenha cursado e reprovado por nota e/ou frequência, às atividades de estágio curricular supervisionado, trabalho de conclusão de curso, atividades complementares e atividades de extensão.
1.4 Mobilidade Acadêmica e Internacionalização
Mobilidade Acadêmica consiste em uma forma de diálogo com outras IES que visa o enriquecimento da formação do acadêmico, oportunizando seu contato com outras realidades, favorecendo o intercâmbio de experiências e de conhecimento, e a construção de autonomia intelectual. Regida pela Resolução 087/2015 – CONEPE[10], a Política de Mobilidade Acadêmica na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT prevê “o vínculo temporário de discentes dos cursos de graduação da UNEMAT com Instituições de Educação Superior públicas, nacionais ou internacionais, conveniadas, ou com os campi da UNEMAT” (Art. 2º), seja por adesão a programas do governo federal, celebração de acordo de cooperação interinstitucional ou com instituições financiadoras (Art. 3º).
Considera como atividades em Mobilidade Acadêmica as de natureza discente-curricular, científica, artística e/ou cultural, que visem à complementação e ao aprimoramento da formação do discente de graduação (Art. 6º). Visa possibilitar ao discente da graduação da UNEMAT cursar componentes curriculares em outro Câmpus onde seu curso é ofertado ou em IES públicas nacionais ou internacionais, assim como receber discentes dessas origens, promovendo sua interação em diferentes espaços, ampliando sua visão de mundo e o domínio de outro idioma, favorecendo a construção da autonomia intelectual e o enriquecimento da formação discente-profissional. Estimula a cooperação técnico-científica e a troca de experiências entre discentes e professores de instituições nacionais e internacionais e dos campi da UNEMAT, além de propiciar visibilidade nacional e internacional ao ensino de graduação da UNEMAT (Art. 5º).
Visando promover a mobilidade acadêmica, este Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais possibilita aos seus estudantes cursarem até 360 horas de crédito em outros cursos da UNEMAT e estas serem integralizadas ao seu currículo de formação, desde que a matrícula seja recomendada ou aprovada pelos professores orientadores e devidamente justificada. Uma vez que os acadêmicos tenham cursado e sido aprovados nestas disciplinas de outros cursos, as mesmas serão adicionadas ao seu histórico escolar e integralizadas no seu currículo, dispensando o estudante de cursar carga horária correspondente em disciplinas ofertadas no curso.
Caberá ao estudante, a partir da recomendação dos professores orientadores, decidir quais disciplinas de seu curso de origem deixará de cursar a partir da integralização das disciplinas de outros cursos. Excluem-se desta lista de possibilidades as disciplinas de Projeto Integrado I, II, III e IV, que deverão, obrigatoriamente, ser cursadas por todos os estudantes do curso. O estudante poderá optar por não deixar de cursar nenhuma das disciplinas ofertadas no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais e ter as disciplinas dos outros cursos integralizadas como créditos extras.
1.5 Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação no Processo de Ensino-Aprendizagem
A Educação a Distância (EaD) não é recente no país. A “primeira geração” deste tipo de ensino trabalhava com cursos diversos via Empresa de Correios, onde os materiais eram enviados aos estudantes e devolvidos (exercícios, atividades e provas) posteriormente aos professores, novamente via postagem. Com o surgimento dos Telecursos (segunda geração), o grande foco passou para aulas em TV ou gravadas em vídeos, fora do país, na Europa e nos EUA; algumas “universidades abertas” começaram a se utilizar deste formato.
No Brasil, o surgimento de EaD para ensino superior se deu após o surgimento da geração atual, com o crescimento da tecnologia no país. A Lei 9.394/1996[11], conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 80 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional no geral sobre a forma como as instituições podem oferecer ensino a distância em todos os níveis. Em maio de 2025, foi publicado o Decreto 12.456/2025[12], que dispõe sobre a oferta de educação a distância por instituições de educação superior em cursos de graduação e altera o Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017. O decreto considera a modalidade da educação a distância como processo de ensino e aprendizagem, síncrono ou assíncrono, realizado por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação, no qual o estudante e o docente ou outro responsável pela atividade formativa estejam em lugares ou tempos diversos.
O decreto estabelece que os cursos de graduação presencial deverão ofertar, no mínimo, 70% (setenta por cento) de sua carga horária total por meio de atividades presenciais. A inclusão de carga horária de ensino a distância nos cursos a distância poderá ser realizada por meio de atividades síncronas e assíncronas, e deverá estar prevista no Projeto Pedagógico do Curso, atender às Diretrizes Curriculares Nacionais e ser comunicada de forma explícita aos estudantes, vedado exceder o limite de 30% (trinta por cento) da carga horária total do curso.
Em relação à Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, o EAD vem crescendo; em 1999, o ensino a distância passou a ser ofertado com o objetivo inicial de formar professores da rede pública nos cursos de Pedagogia e Educação Infantil. A partir de 2008, a instituição integrou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), passando a ofertar cursos que beneficiam toda a comunidade. Atualmente possui 28 polos educacionais de Ensino a Distância (EAD). No ano de 2010, a UNEMAT passou a oferecer por este mecanismo também cursos de bacharelado e atualmente oferece cursos de especialização lato sensu em diferentes áreas.
As tecnologias digitais de informação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem estão previstas no Plano de Desenvolvimento Institucional[13] para o ensino de graduação, com o objetivo de criar e disponibilizar ferramentas para a melhoria do ensino a distância da UNEMAT.
O Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra possui componentes curriculares que terão parte de sua carga horária sendo desenvolvida à distância, conforme características do componente curricular e propósitos pedagógicos. As práticas de ensino-aprendizagem à distância serão suportadas pelo uso integrado de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), para o atendimento dos objetivos pedagógicos e por materiais didáticos específicos em formato digital, e desenvolvidas por profissionais da educação com formação e qualificação alinhadas com as demandas e especificidades destas práticas pedagógicas.
As estratégias de ensino-aprendizagem a serem adotadas pelo curso na carga horária a ser cumprida no formato a distância e na integração com as atividades pedagógicas presenciais considerarão a efetividade da aprendizagem a partir do que se espera que o estudante seja capaz de fazer ao final do processo em termos de objetivos de aprendizagem. Serão adotadas no curso as metodologias ativas de aprendizagem como base para mediação e integração entre créditos presenciais e a distância, sobretudo a Sala de Aula Invertida. Os conteúdos e processos de aprendizagem mais teóricos, nos quais prevalece um perfil mais passivo do estudante no processo de ensino-aprendizagem, serão trabalhados, preferencialmente, em tempos e espaços que não demandem a presença física e interação síncrona entre professores e estudantes, de modo a otimizar as etapas do processo formativo. Já os conteúdos e processos de aprendizagem de natureza mais prática (atividades práticas, atividades laboratoriais, simulações, testes, resolução de problema, desenvolvimento de projetos, dentre outras) serão trabalhados, preferencialmente, presencialmente.
Os processos pedagógicos de ensino-aprendizagem dos créditos a distância serão estruturados e mediados por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) institucional próprio da UNEMAT. O AVA institucional adotado trata-se do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). É um software que permite a integração entre as práticas pedagógicas presenciais e a distância por meio da criação das turmas virtuais para cada um dos componentes curriculares cadastrados no curso. As turmas virtuais permitem diferentes possibilidades de interação entre docentes e discentes por meio de atividades síncronas (chats, webconferência, webaulas, dentre outros) e assíncronas (videoaulas, questionários, fóruns, enquetes, livros e artigos digitais, elaboração de arquivos individuais e em plataformas colaborativas, dentre outras possibilidades). O SIGAA é uma plataforma da área acadêmica, utilizada por diversas instituições de ensino superior no Brasil nos cursos a nível de graduação, pós-graduação (stricto e lato-sensu), fornecendo soluções como registros e relatórios da produção acadêmica dos docentes, atividades de ensino a distância, dentre outros recursos.
A UNEMAT conta com uma Biblioteca Virtual disponível para toda a comunidade acadêmica. Esta biblioteca possui as edições mais atualizadas dos livros publicados pelas principais editoras nacionais na área de gestão e negócios. O SIGAA possibilita uma integração direta com a biblioteca virtual, podendo os professores cadastrarem a bibliografia básica ou complementar dos componentes curriculares que lhes são atribuídos, de acordo com a disponibilidade do acervo virtual, respeitando, por certo, o ementário e seus registros, e, consequentemente, facilitando o acesso dos estudantes às obras.
Os principais atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem dos créditos à distância do curso são os discentes, elemento central do processo, professores (que também assumem as responsabilidades correspondentes às funções dos mediadores pedagógicos presenciais e a distância comuns nos cursos EAD), o Núcleo Docente Estruturante do Curso (que além de suas atribuições típicas também acumula as responsabilidades equivalente à Equipe Multidisciplinar existente nos cursos EAD) e a Coordenação do Curso.
Cabe ao corpo docente a responsabilidade pela mediação pedagógica junto aos estudantes, coordenando, acompanhando e facilitando os processos de aprendizagem, promovendo os recursos e materiais didáticos necessários. Os professores do curso passaram pela qualificação do programa de Formação Continuada: Educação a Distância no Ensino Superior e uma Capacitação Docente para Turma Virtual do SIGAA, ambos promovidos pela UNEMAT, no primeiro semestre de 2020. Alguns professores atuantes no curso já possuem capacitações e experiências anteriores de atuação em processos de ensino-aprendizagem EAD em outros cursos promovidos pela universidade, como é o caso dos cursos ofertados pela Diretoria de Educação a Distância (DEAD).
Os processos pedagógicos desenvolvidos na modalidade EAD do curso serão acompanhados ao longo do semestre pelo NDE do curso e ao final do semestre, assim como ocorre nos processos pedagógicos presenciais, passarão por um processo de avaliação com a participação dos discentes, professores e Coordenação do Curso, para identificar eventuais necessidades de melhoria da infraestrutura e dos recursos de TDIC’s, de capacitação e atualização do quadro docente, dentre outras oportunidades de melhoria.
1.6 Educação Inclusiva
As atividades do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT são ofertadas em ambientes com condições adequadas de acessibilidade para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. As instalações contam com rampas de acesso desde o saguão e o ponto de ônibus até todas as salas de aula, laboratórios de informática, auditório e biblioteca, todos totalmente cobertos e sinalizados. Há ainda estacionamento exclusivo para pessoas com deficiência, localizado próximo à entrada principal, o que minimiza o deslocamento e a exposição às intempéries, garantindo conforto e segurança.
Além da acessibilidade física, a Universidade do Estado de Mato Grosso adota políticas institucionais voltadas à inclusão e permanência de estudantes com necessidades educacionais específicas (NEE), em conformidade com o Decreto 5.296/2004,[14] com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2022–2028) da UNEMAT[15] e com a Instrução Normativa nº 01/2024 – Reitoria/UNEMAT[16].
Essa Instrução Normativa orienta a elaboração do Plano de Ensino Individualizado (PEI), instrumento pedagógico destinado à identificação, acompanhamento e adequação curricular para estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista (TEA), distúrbios de aprendizagem (como dislexia, disgrafia, discalculia e TDAH), deficiências sensoriais (cegueira, surdez) e demais condições que exijam adaptações de ensino e avaliação. O PEI é construído de forma conjunta pelos docentes das disciplinas e pela coordenação de curso, com foco no atendimento individualizado e na promoção de condições equitativas de aprendizagem.
A UNEMAT também assegura o apoio a esses estudantes mediante a contratação de ledores, tutores e intérpretes de Libras, conforme a demanda, sob coordenação da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) e da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG). Essas ações visam reduzir a evasão, consolidar políticas de inclusão, fortalecer as políticas de ingresso, permanência e conclusão e promover a qualidade e equidade no desempenho discente, conforme previsto nas diretrizes institucionais.
[1] Resolução 049/2016 – CONSUNI
[2] Resolução 107/2015 – CONEPE, Normatiza a Política de Pesquisa na UNEMAT.
[3] Resolução 038/2021– CONEPE, Regulamenta a política de extensão da UNEMAT.
[4] Resolução 031/2019 – CONEPE, dispões sobre institucionalização do Núcleo de Estudos Organizacionais e Agro Inteligência em Gestão - NeoAgro
[5] Resolução 051/2015 – CONEPE, Homologa a Resolução 016/2014 – Ad Referendum do CONEPE, que aprova o Regimento do Núcleo de Pesquisa, Extensão e Estudos da Complexidade do Mundo do Trabalho - NECOMT, da UNEMAT.
[7] Resolução 012/2021 – CONEPE. Disponível em: http://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/4503_res_conepe_12_2021.pdf
[8] Resolução 126/2010 que aprova o Regimento do Programa de Pós-graduação “Stricto Sensu” em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola, da UNEMAT.
[9] Resolução 72/2022 CONSUNI – UNEMAT, que aprova o Regimento do Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação – PROFNIT.
[10] Resolução 087/2015 – CONEPE. Disponível em: http://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/3174_res_conepe_87_2015.pdf
[11] Lei 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
[12] Decreto 12.456/2025, de 19 de maio de 2025. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2025/decreto/d12456.htm
[13] Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) - UNEMAT - 2022-2028.
[14] Regulamenta as Leis 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
[15] Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) - UNEMAT - 2022-2028.
[16] Orienta a elaboração do Plano de Ensino Individualizado (PEI) para identificação e acompanhamento do estudante com Necessidades Educacionais Específicas, no âmbito da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
A estrutura curricular proposta no Projeto Político Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais é sustentada principalmente pela Resolução 01/2021 do Conselho Nacional de Educação (CNE) / Conselho Pleno (CP), que “Define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica”; pela Instrução Normativa 003/2019 - UNEMAT[1], que “dispõe sobre diretrizes e procedimentos para elaboração e atualização dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de graduação, em todas as modalidades, no âmbito da Universidade do Estado de Mato Grosso”, pelo perfil profissional do egresso e campo de atuação, e pelas competências profissionais a serem desenvolvidas, expostos neste documento.
1.1 Formação Teórica Articulada com a Prática
Os processos de articulação entre teoria e prática na formação do Tecnólogo em Processos Gerenciais definidos neste PPC foram desenvolvidos tendo como diretrizes os dispositivos legais e normativos sobre a educação em nível federal e estadual, bem como as diferentes resoluções e instruções normativas institucionais da UNEMAT.
Considerando o que determina a Instrução Normativa 003/2019-UNEMAT, que estabelece as diretrizes para elaboração e revisão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação (PPCs), buscou-se nesta articulação garantir a flexibilização curricular em suas dimensões interdisciplinares, transdisciplinares e interculturais. A inovação e a educação empreendedora foram assumidas como diretrizes na proposta de desenvolvimento deste PPC. O currículo foi articulado visando à formação, capacitação e qualificação para o exercício profissional, para o empreendedorismo e inovação e para o desenvolvimento da cidadania, assegurando a qualidade acadêmica e profissional dos que nele ingressam (PDI 2022-2028).
Estas diretrizes aqui propostas estão alinhadas com o Planejamento Estratégico Participativo (PEP) da UNEMAT (2015-2025) que assinala, dentre as diversas oportunidades de melhoria institucional, a consolidação da interdisciplinaridade, das atividades de articulação entre teoria e prática e das práticas de campo. Dentre os objetivos de médio prazo do PEP, tem-se a promoção da interdisciplinaridade no desenvolvimento de projetos de ensino, de pesquisa e de extensão relevantes à sociedade nas diversas áreas do conhecimento.
Uma formação profissional sustentada na articulação entre saberes teóricos e atividades práticas contribui para o atendimento das finalidades da Educação Superior estabelecidas pelas Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Ela estimula o espírito científico e o pensamento reflexivo, possibilita a formação de profissionais aptos para colaborar ativamente no desenvolvimento da sociedade brasileira e colaborar na sua formação contínua. Possibilita ao estudante conhecer os problemas do mundo presente, tanto os nacionais quanto regionais, prestar, por meio da extensão, serviços especializados na área de gestão à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade, visando à difusão da pesquisa científica e tecnológica geradas no curso.
1.1.1 Princípios Pedagógicos que orientam Ações de Articulação entre Teoria e Prática
As práticas pedagógicas previstas para o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT, Câmpus de Tangará da Serra, estão alicerçadas em quatro princípios pedagógicos fundamentais que permeiam todas as etapas do processo de ensino-aprendizagem, sendo eles:
1.1.1.1 Indissociabilidade entre Teoria e Prática na Formação Profissional
A produção do conhecimento e a formação profissional do Tecnólogo em Processos Gerenciais precisam estar alicerçadas em uma sólida articulação entre teoria e prática. A formação do estudante precisa estar umbilicalmente integrada com a prática e o contexto de atuação profissional. É preciso que o corpo docente organize situações significativas de aprendizagem em que teoria e prática estejam articuladas no tratamento de situações idênticas, ou próximas, do contexto real de atuação profissional. Dentre elas pode-se destacar as imersões, casos de ensino, problemas, projetos, simulações, laboratórios, visitas técnicas, práticas profissionais e práticas vivenciais.
O ponto de partida para o planejamento, implementação e avaliação das práticas pedagógicas do curso é o perfil profissional demandado pelas organizações onde os nossos egressos atuarão, bem como as perspectivas e tendências futuras da profissão. Não se trata, portanto, de promover uma formação profissional exclusivamente teórica, mas sim de promover uma imersão, teoricamente sustentada por práticas pedagógicas sistematizadas, na prática laboral do Tecnólogo em Processos Gerenciais.
1.1.1.2 Interdisciplinaridade na Formação do Tecnólogo em Processos Gerenciais
A formação profissional do Tecnólogo em Processos Gerenciais demanda uma articulação entre os diversos campos de conhecimento disciplinar que compõem o currículo do curso. A abordagem pedagógica adotada precisa garantir que o estudante construa as relações e interfaces entre estes conhecimentos a partir da interdisciplinaridade. Ao organizar as práticas pedagógicas para atender aos objetivos pedagógicos de formação e ao desenvolvimento das competências profissionais, o corpo docente deverá contemplar as interfaces entre as diferentes áreas do conhecimento, de modo a possibilitar uma adequada apreensão teórico-prática do conhecimento, sustentada em situações de aprendizagem que promovam o protagonismo do estudante. Essas situações de aprendizagem deverão ser planejadas de modo a abranger, da forma mais ampla possível, a complexidade das situações da prática profissional do Tecnólogo em Processos Gerenciais, o que só será possível a partir de abordagens interdisciplinares.
1.1.1.3 O Acadêmico como Sujeito Ativo e Protagonista do Processo de Aprendizagem
É preciso formar profissionais que estejam preparados para atuar respondendo satisfatoriamente às demandas das organizações e da sociedade em um contexto que é demarcado por um ambiente volátil, permeado de incertezas, complexo e, em muitos casos, de interpretação ambígua. É preciso formar profissionais que sejam capazes de desenvolver as competências fundamentais para profissionais e cidadãos do Século XXI definidas por Tony Wagner (2010): colaboração, solução de problemas, pensamento crítico, curiosidade e imaginação, liderança por influência, agilidade e adaptabilidade, iniciativa e empreendedorismo, comunicação oral e escrita eficaz e acesso a informações para análise.
Para que o desenvolvimento destas competências pessoais e profissionais seja possível, é preciso colocar o estudante no centro do processo de ensino-aprendizagem. É preciso superar a postura discente de recepção passiva de informações e conhecimentos, típicos do modelo de educação tradicional, para assumir um papel ativo e de protagonista de sua própria aprendizagem. Primar pela autonomia do estudante no processo de ensino-aprendizagem é fundamental para que ele desenvolva a capacidade de pensar e agir por si mesmo. Para isso, ele precisa ser colocado diante de situações de aprendizagem em que vivencie experiências desafiadoras que lhe possibilitem tomar decisões, desenvolver a autoconfiança e exercer um papel ativo no processo de aprendizagem.
1.1.1.4 Formação Profissional Orientada para o Desenvolvimento de Competências
Os processos pedagógicos instituídos no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais têm como foco a formação, o preparo para a prática profissional do Tecnólogo em Processos Gerenciais em contextos organizacionais cada vez mais complexos, mediante o desenvolvimento de competências profissionais que lhes possibilitem fazer frente a esta realidade. Assim, o desenvolvimento destas competências por parte dos estudantes constitui-se em categoria central da prática docente.
A formação teórica consistente e aprofundada continua tendo a sua importância na formação profissional. Contudo, é preciso ir além e desenvolver junto aos estudantes a capacidade de agir em situações complexas, inerentes ao contexto de atuação profissional, de maneira eficiente e eficaz, articulando conhecimentos científicos, experiências sociais e de trabalho, comportamentos e valores, desejos e motivações, desenvolvidos ao longo das trajetórias de vida. É preciso formar gestores capazes de solucionar problemas, por meio da mobilização, integração e transferência de conhecimentos, habilidades específicas e assumindo determinado conjunto de comportamentos e valores.
1.1.2 Organização Curricular dos Processos de Integração Teoria e Prática
Os Componentes Curriculares do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT, Câmpus de Tangará da Serra, são organizados a partir do sistema de créditos, no qual cada crédito corresponde a 15 horas-aula. Todos os componentes curriculares são compostos por 4 créditos, divididos em créditos teóricos e créditos práticos, conforme descrito:
I – Créditos Teóricos - Aulas Teóricas (código T): nesse tipo de créditos serão desenvolvidas aulas voltadas, principalmente, para o desenvolvimento de saberes conceituais. Os professores trabalharão metodologias, estratégias e ferramentas de aprendizagem e de avaliação da aprendizagem, que melhor favoreçam tanto a construção quanto a verificação da aprendizagem desses tipos de conhecimentos. Podem ser ofertados tanto no formato presencial quanto no formato à distância.
II – Créditos Práticos - Aulas de Campo, Aulas Laboratoriais e/ou Aulas Práticas como componente curricular (código P): nesse tipo de crédito, constituído por diferentes modalidades de aulas, serão desenvolvidas aulas voltadas, principalmente, para o desenvolvimento de saberes processuais (também compreendidos como habilidades ou saber-fazer), o desenvolvimento de estratégias de atuação, bem como o desenvolvimento das competências previstas neste Projeto Pedagógico de Curso (PPC). Os professores trabalharão metodologias, estratégias e ferramentas de aprendizagem e de avaliação da aprendizagem que melhor favoreçam tanto a construção quanto a verificação da aprendizagem destes tipos de conhecimentos, considerando as especificidades de cada tipo de aula (campo, laboratoriais e/ou práticas). Poderão ser ofertados tanto no formato presencial quanto no formato à distância.
A organização do currículo do curso, em termos de distribuição dos componentes curriculares ao longo do itinerário formativo e do alinhamento pedagógico entre conteúdos, integração entre teoria e prática, estratégias de ensino-aprendizagem e estratégias de avaliação foi definida considerando os diferentes papéis e responsabilidades que cada um destes componentes pode assumir no itinerário de desenvolvimento das competências centrais do curso.
1.1.3 Metodologias e Estratégias de Aprendizagem na Integração Teoria e Prática
As metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem a serem adotadas pelo corpo docente devem estar alinhadas com os princípios pedagógicos definidos neste documento, promover uma aprendizagem autônoma e significativa do estudante, contribuir para o desenvolvimento das competências profissionais previstas e considerar o tipo de componente curricular, suas responsabilidades e papel no itinerário formativo. Deverão ser privilegiadas as metodologias e estratégias de aprendizagem que melhor contribuam para os processos de produção e retenção de conhecimentos. É importante que o quadro docente trabalhe a partir das metodologias ativas de aprendizagem, não deixando de considerar e empregar também sempre que possível as metodologias ágeis, imersivas e analíticas da aprendizagem.
Na Figura 3, Schneiders (2018) resgata o Cone da Aprendizagem de Edgar Dale, que demonstra a eficácia de retenção do conhecimento a partir de diferentes estratégias de aprendizagem. É possível verificar claramente uma maior eficácia dos métodos ativos de aprendizagem (que colocam o estudante como sujeito ativo, autônomo e protagonista do seu processo de aprendizagem) em detrimento dos métodos passivos na aprendizagem. Os métodos e estratégias em que o estudante assume um caráter mais passivo no processo de aprendizagem serão empregados, preferencialmente, em tempos e espaços que não demandem a presença física e interação síncrona entre professores e estudantes, de modo a otimizar as etapas do processo formativo. Para tanto, serão adotadas no curso metodologias ativas (por exemplo: Sala de Aula Invertida, entre outras) como base para mediação e integração entre créditos presenciais e a distância.
Serão trabalhadas em sala de aula, preferencialmente, atividades que demandem uma postura ativa do estudante e a presença do professor, que passa a atuar como mediador do processo de aprendizagem (atividades práticas, atividades laboratoriais, simulações, testes, resolução de problema, desenvolvimento de projetos, dentre outras). Já as atividades de caráter mais passivo, focadas na transmissão dos conhecimentos (teoria) passarão a ocorrer, preferencialmente, fora da sala de aula utilizando-se do suporte das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e empregando diferentes recursos (Ambiente Virtual de Aprendizagem, livros digitais, artigos científicos, tutoriais, vídeos, infográficos, dentre outros).
Figura 3 - Pirâmide de Retenção do Aprendizado
Fonte: Schneiders (2018, p. 12)
O Quadro 4 apresenta uma síntese das metodologias e estratégias de aprendizagem recomendadas, estando agrupadas de acordo com os tipos de saberes foco da aprendizagem. Ele contribui para uma visualização macro das possibilidades pedagógicas a serem trabalhadas, bem como para as possibilidades de seu uso de maneira integrada.
Quadro 4 – Metodologias e Estratégias de Aprendizagem Recomendadas de Acordo com os Saberes Foco da Aprendizagem
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Metodologias de Ensino-Aprendizagem Recomendadas de Acordo com os Saberes Foco da Aprendizagem |
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Saberes a Serem Trabalhados |
Metodologias Sugeridas |
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Saberes Conceituais/ Conhecimentos |
Sala de Aula Invertida; Aula Expositiva Dialogada; Peer-Instruction (Instrução por Pares); Mapas Conceituais; Visita Técnica; Grupo de Verbalização/Grupo de Observação (GV/GO); Debate; Seminário; Estudo Dirigido; Storytelling (Contação de Histórias). |
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Saberes Procedimentais/ Habilidades |
Workshops/Oficinas; Movimento Maker; Simulações de Computador; Jogos Sérios (Serious Games). |
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Saberes Atitudinais/ Atitudes |
Visita Técnica; Grupo de Verbalização/Grupo de Observação (GV/GO); Debate; Seminário; Estudo Dirigido; Workshops/Oficinas; Movimento Maker; Simulações de Computador; Jogos Sérios (Serious Games). |
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Integração de Saberes Conceituais, Saberes Procedimentais e Saberes Atitudinais |
Simulações de Computador; Jogos Sérios (Serious Games); Gamificação (Gamification); Painel Integrado; Encenação/Dramatização; Aprendizagem Baseada em Equipes (TBL); Role-Play (Jogo de Papéis); Casos de Ensino; Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL); Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP); Design Thinking (DT); Métodos Ágeis/Scrum. |
Fonte: Elaborado pelo Autor (2025).
O quadro ora apresentado não tem a pretensão de esgotar todas as possibilidades de metodologias, estratégias e práticas pedagógicas que podem ser utilizadas pelos docentes do curso, muito pelo contrário. Novas metodologias sugeridas pelo corpo docente, publicadas pela literatura especializada, ou ainda casos de sucesso criados e validados por membros do corpo docente são bem-vindos e poderão ser acrescentados neste quadro.
O seu objetivo é ser um referencial inicial. Cabe ao professor, a partir do papel do componente curricular, dos saberes foco da aprendizagem (saberes, saber-fazer, saber-ser, competências profissionais), dos tipos de crédito que compõem o componente curricular, dentre outros fatores, eleger um conjunto de metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem que irá trabalhar ao longo do semestre em suas aulas.
1.1.4 Situações de Aprendizagem na Articulação entre Teoria e Prática
Em seu planejamento pedagógico, e consoante as metodologias e estratégias de aprendizagem adotadas, o docente deverá criar, adotar ou adaptar uma ou mais situações de aprendizagem, integrando teoria e prática dentro do contexto de sala de aula, ou fora dele, para que os estudantes possam trabalhar e desenvolver os diferentes saberes (conceituais, procedimentais e atitudinais) e desenvolver as competências profissionais previstas.
As situações de aprendizagem previstas pelos docentes devem estar relacionadas com uma ou mais situações reais, ou simuladas, de atuação profissional com as quais o estudante possa se deparar e necessitará lançar mão de determinados saberes e/ou exercer determinadas competências para superar os desafios propostos. Assim, para a definição ou escolha de uma situação de aprendizagem, o docente pode utilizar como referência as situações profissionais que envolvem o contexto de atuação do Tecnólogo em Processos Gerenciais no ambiente das organizações do agronegócio mato-grossense.
1.2 Núcleos de Formação e Eixos Formativos
A composição dos núcleos de formação do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT, Câmpus de Tangará da Serra, foi idealizada com base em eixos de formação, no perfil e nas competências do Tecnólogo em Processos Gerenciais, nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica [2], e na Instrução Normativa 003/2019 - UNEMAT[3], que “dispõe sobre diretrizes e procedimentos para elaboração e atualização dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de graduação, em todas as modalidades”, cumprindo-as.
1.2.1 Unidade Curricular 1 – Núcleo de Estudos de Formação Geral e Humanística
O Núcleo de Formação Geral e Humanística do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais atende ao disposto na IN 003/2019 - UNEMAT[4], “correspondendo a conteúdos de formação geral oriundos de diferentes áreas de conhecimento, ao englobar conteúdos sociológicos, éticos, políticos, comportamentais, econômicos, de direitos humanos, cidadania, educação ambiental, dentre outras problemáticas centrais da sociedade contemporânea” (Art. 8º).
Quadro 5 – Componentes curriculares da Unidade Curricular de Formação Geral e Humanística do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
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Unidade Curricular 1 – Núcleo de Estudos de Formação Geral e Humanística |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Economia |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Linguagem das Demonstrações Contábeis |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Direito Aplicado a Negócios |
60 |
45 |
15 |
2 |
2 |
-- |
|
Total |
180 |
135 |
45 |
4 |
8 |
- |
Fonte: Elaborado pelo autor (2025).
O componente curricular Direito Aplicado a Negócios atende às Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e às Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação em Direitos Humanos[5], não obstante o trabalho e a observância dessas exigências perfazerem, de forma transversal, o percurso formativo.
1.2.2 Unidade Curricular 2 – Núcleo de Estudos de Formação Específica
De acordo com a Instrução Normativa 003/2019 - UNEMAT[6], o Núcleo de Estudos de Formação Específica do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais compreende conteúdos específicos e profissionais da área de atuação do Tecnólogo em Processos Gerenciais e objetos de conhecimento e atividades necessárias ao desenvolvimento das competências e habilidades de formação geral do estudante, denominados conteúdos de formação profissional, apresentados no quadro 6.
Quadro 6 – Componentes curriculares da Unidade Curricular de Formação Específica do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
|
Unidade Curricular 2 – Núcleo de Estudos de Formação Específica |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Diagnóstico e Intervenção Organizacional |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Fundamentos da Administração |
60 |
45 |
15 |
2 |
2 |
-- |
|
Agronegócio e Cadeias Produtivas |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Orçamento e Composição de Custos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Administração Financeira |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
2 |
2 |
-- |
|
Gestão Logística |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão de Pessoas |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Planejamento e Controle da Produção |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão de Processos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gerenciamento de Projetos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão Estratégica |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Total |
780 |
525 |
255 |
15 |
37 |
- |
Fonte: Elaborado pelo autor (2025).
Além de áreas específicas da formação de Cursos Superiores de Tecnologia do Eixo de Gestão e Negócios, oferece componentes curriculares centrais à gestão e inovação em agronegócios, como Agronegócio e Cadeias Produtivas (que atende às Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental), Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária, Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios.
1.2.3 Unidade Curricular 3 – Núcleo de Estudos Complementares/Integradores
No Núcleo de Formação Complementar e/ou Integradora, além de componentes para o enriquecimento curricular requeridos pela IN 003/2019, foram considerados conteúdos integradores, quantitativos e tecnologias que contribuam para a definição e utilização de estratégias e procedimentos inerentes à gestão e inovação em agronegócios e conteúdos de formação complementar: estudos opcionais de caráter transversal e interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando, apresentados no quadro 7.
Quadro 7 – Componentes curriculares referentes à Unidade Curricular de Formação Complementar / Integradora do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
|
Unidade Curricular 3 – Núcleo de Estudos Complementares/ Integradores |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Projeto Integrado I: Projeto de Vida e Atuação Profissional |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Estatística Aplicada a Negócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos de Inovação em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos em Inovação no Agro |
|
Governança e Práticas Ambientais e Sociais (ESG) |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Tecnologia Aplicada à Gestão de Negócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Laboratórios de Gestão |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
|
Creditação da Extensão |
160 |
160 |
0 |
0 |
12 |
|
|
Total |
640 |
460 |
180 |
8 |
36 |
- |
Fonte: Elaborado pelo autor (2025).
O componente curricular Governança e Práticas Ambientais e Sociais (Environmental, Social and Governance - ESG), juntamente com o componente curricular Agronegócio e Cadeias Produtivas, atende às Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental.[7]
O componente curricular Laboratórios de Gestão caracteriza-se como uma oportunidade importante no itinerário formativo de mobilizar e integrar diferentes saberes conceituais, procedimentais e atitudinais específicos dos Processos de Gestão trabalhados durante o curso. Tal componente contribui com os objetivos de ensino de graduação dispostos no Plano de Desenvolvimento Institucional,[8] como a inserção e o uso de tecnologias de ponta previstas no PPC do curso que viabilizem disciplinas ligadas aos laboratórios de simulação, projeto, desenvolvimento de produtos, entre outros.
A presença dos componentes curriculares Projeto Integrado I, II, III e IV e as 160 horas de creditação de extensão evidenciam esforços para efetivar a relação teoria e prática neste curso, além de flexibilidade curricular oferecida aos graduandos, especialmente destacada no Projeto de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios (trabalhado nos componentes curriculares Projeto Integrado II, III e IV).
Dependendo do campo de atuação profissional almejado por cada um dos estudantes do curso (atuar em agricultura de grande porte, agricultura familiar, pecuária, consultoria e extensão rural, questões ambientais e sustentabilidade, oferta de produtos e serviços para o agronegócio, etc.) e também do escopo do Projeto de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios que desenvolverão durante o curso, pode-se necessitar ou almejar conhecimentos específicos contemplados em componentes curriculares de cursos de outras áreas do conhecimento. Pode-se citar como exemplo as áreas da Administração, Ciências Contábeis, Marketing, Agronomia, Ciências Biológicas, Ciências Ambientais, Engenharia de Alimentos, Ciências da Computação, dentre tantas outras possibilidades de interlocução de conhecimentos de diferentes áreas do conhecimento.
Neste sentido, este Projeto Pedagógico possibilita diferentes oportunidades para que os estudantes traçem um itinerário formativo multidisciplinar e interdisciplinar alinhado com os seus projetos de carreira profissional. Os estudantes têm a possibilidade de cursar até 360 horas de créditos em outros cursos da UNEMAT e estas serem integralizadas ao seu currículo de formação, desde que a matrícula seja recomendada ou aprovada pelos professores orientadores dos projetos de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios desenvolvidos dentro das disciplinas de Projeto Integrado II, III e IV e devidamente justificada.
Em atendimento ao Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o curso oferece a disciplina de Libras (Língua Brasileira de Sinais) como disciplina optativa e que os estudantes poderão cursar dentro da carga horária limite de 360 horas de créditos em outros cursos da UNEMAT. Dentre outras opções, disciplina poderá ser cursada presencialmente nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas [9]e Licenciatura em Letras [10]ofertados pela UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra. Uma vez que os acadêmicos tenham cursado e sido aprovados nestas disciplinas de outros cursos, as mesmas serão adicionadas ao seu histórico escolar e integralizadas no seu currículo, dispensando o estudante de cursar carga horária correspondente em disciplinas ofertadas no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.
Caberá ao estudante, a partir da recomendação dos professores orientadores, decidir quais disciplinas de seu curso de origem deixará de cursar a partir da integralização das disciplinas de outros cursos. Excluem-se desta lista de possibilidades as disciplinas de Projeto Integrado I, II, III e IV que deverão, obrigatoriamente, ser cursadas por todos os estudantes do curso. O estudante poderá optar por não deixar de cursar nenhuma das disciplinas ofertadas no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais e ter as disciplinas dos outros cursos integralizadas como créditos extras.
Para proceder o lançamento da dispensa e substituição da disciplina cursada em outro curso, o estudante solicitará ao Colegiado de Curso a dispensa da disciplina, que, por sua vez, emitirá um parecer indicando qual disciplina será dispensada e encaminhará a instancia competente para que processe o registro da dispensa, bem como o lançamento da disciplina ora cursada fazendo constar em seu histórico escolar.
Essa iniciativa caracteriza-se como um grande avanço em termos de mobilidade acadêmica, essencial à expansão e à autonomia intelectual. Fortalece a flexibilização curricular e, principalmente, permite ao graduando a customização do currículo ao seu projeto de vida e de carreira, o que fortalece sua formação, favorecendo sua empregabilidade e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que permite uma formação voltada aos anseios da sociedade. Retrata uma ação de ensino de graduação alinhada aos objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional[11] da UNEMAT, especialmente de flexibilização do currículo respeitando a interdisciplinaridade e creditação das disciplinas, de fortalecimento da política de ingresso, permanência, conclusão e qualidade discente e de promoção da inovação curricular.
Segue a carga horária total, presencial e a distância e a quantidade de créditos teóricos e práticos de cada Unidade Curricular proposta para o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais.
Quadro 8 – Resumo carga horária do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais por Unidade Curricular
|
Quadro Geral |
|||||
|
Unidade Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
|
|
UC 1 - Formação Geral e Humanística |
180 |
135 |
45 |
4 |
8 |
|
UC 2 - Formação Específica |
780 |
525 |
255 |
15 |
37 |
|
UC 3 - Formação Complementar/Integradora |
640 |
460 |
180 |
8 |
36 |
|
Total |
1600 |
1120 |
480 |
27 |
81 |
Fonte: Elaborada pelo autor (2025).
Cada aula possui 60 minutos e o curso possui 1.600 horas, atendendo à carga horária mínima estabelecida para o Curso, na Portaria MEC nº 514, de 4 de junho de 2024, que aprova a quarta e atual edição do Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia.
De acordo com a legislação nacional[12], que permite até trinta por cento (30%) da carga horária do curso a ser oferecida à distância, o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerencias atende a este requisito apresentando 30% dos componentes curriculares com melhores condições de absorver a tecnologia da educação à distância, sendo especificadas em cada ementa a carga horária presencial e à distância.
Os pré-requisitos do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais respeitam a Instrução Normativa 03/2019, que os limita a trinta por cento (30 %) dos créditos do Curso. Foram distribuídos em dois componentes curriculares: Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios, Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios, devidamente apresentados na matriz curricular, equivalentes a 8,3% dos créditos constantes nos 24 componentes curriculares ofertados no curso.
1.2.4 Organização da Matriz Curricular por Módulos de Formação
Quadro 9 – Organização da Matriz Curricular por Módulos de Formação
|
Módulo de Formação Básica em Gestão |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-Requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Diagnóstico e Intervenção Organizacional |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Economia |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Linguagem das Demonstrações Contábeis |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Direito Aplicado a Negócios |
60 |
45 |
15 |
2 |
2 |
-- |
|
Fundamentos da Administração |
60 |
45 |
15 |
2 |
2 |
-- |
|
Projeto Integrado I: Projeto de Vida e Atuação Profissional |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Total |
360 |
240 |
120 |
8 |
16 |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Agronegócio e Cadeias Produtivas |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Orçamento e Composição de Custos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Estatística Aplicada a Negócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Administração Financeira |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
2 |
2 |
-- |
|
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos de Inovação em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Total |
360 |
240 |
120 |
7 |
17 |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Segundo Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Gestão Logística |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão de Pessoas |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Planejamento e Controle da Produção |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão de Processos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos em Inovação no Agro |
|
Total |
360 |
240 |
120 |
6 |
18 |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Terceiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
||||||
|
Componente Curricular |
CH |
CH |
Créditos |
Pré-requisito |
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
||
|
Governança e Práticas Ambientais e Sociais (ESG) |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Tecnologia Aplicada à Gestão de Negócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gerenciamento de Projetos |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Laboratórios de Gestão |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
-- |
|
Gestão Estratégica |
60 |
30 |
30 |
1 |
3 |
-- |
|
Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios |
60 |
45 |
15 |
1 |
3 |
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
|
Total |
360 |
240 |
120 |
6 |
18 |
- |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro Geral do Itinerário Formativo |
|
|||||
|
Módulos |
CH |
CH |
Créditos |
|
||
|
Total |
Pres. |
EAD |
T |
P |
|
|
|
Módulo de Formação Básica em Gestão |
360 |
240 |
120 |
8 |
16 |
|
|
Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
240 |
120 |
7 |
17 |
|
|
Segundo Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
240 |
120 |
6 |
18 |
|
|
Terceiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
360 |
240 |
120 |
6 |
18 |
|
|
Creditação da Extensão |
160 |
160 |
0 |
0 |
12 |
|
|
Total |
1600 |
1120 |
480 |
27 |
81 |
|
Fonte: Elaborada pelo autor (2025).
1.2.5 Equivalência de Matriz Curricular
O quadro a seguir apresenta a equivalência da matriz curricular. Ele tem como objetivo esclarecer as alterações e aprimoramentos curriculares realizados no curso, que evoluiu de Tecnologia em Gestão e Inovação em Agronegócios para a sua denominação atual, Tecnologia em Processos Gerenciais. Esta conversão foi um passo estratégico para alinhar o curso às diretrizes do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST) e às demandas do mercado, ao mesmo tempo em que preserva a identidade regional focada na gestão e inovação do agronegócio. Embora a estrutura e os nomes de alguns componentes curriculares tenham sido ajustados, a essência da formação permanece a mesma, garantindo aos estudantes a continuidade e a qualidade do ensino.
Quadro 10 – Equivalência de Matriz Curricular entre o Curso Superior de Tecnologia em Gestão e Inovação em Agronegócios e o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
|
Matriz Antiga - Curso Superior de Tecnologia em Gestão e Inovação em Agronegócios |
Matriz Atual - Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais |
||
|
Componente Curricular |
CH |
Componente Curricular |
CH |
|
Diagnóstico e Intervenção Organizacional |
60 |
Diagnóstico e Intervenção Organizacional |
60 |
|
Economia |
60 |
Economia |
60 |
|
Linguagem das Demonstrações Contábeis |
60 |
Linguagem das Demonstrações Contábeis |
60 |
|
Direito Aplicado a Negócios |
60 |
Direito Aplicado a Negócios |
60 |
|
Fundamentos da Administração |
60 |
Fundamentos da Administração |
60 |
|
Matemática Financeira |
60 |
-- |
-- |
|
Projeto Integrado I: Projeto de Vida e Atuação Profissional |
60 |
Projeto Integrado I: Projeto de Vida e Atuação Profissional |
60 |
|
Agronegócio e Cadeias Produtivas |
60 |
Agronegócio e Cadeias Produtivas |
60 |
|
Estatística Aplicada ao Contexto do Agronegócio |
60 |
Estatística Aplicada a Negócios |
60 |
|
Associativismo e Gestão de Cooperativas |
60 |
-- |
-- |
|
Gestão de Custos em Agronegócios |
60 |
Orçamento e Composição de Custos |
60 |
|
Orçamento e Planejamento Financeiro em Agronegócios |
60 |
||
|
Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios |
60 |
Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios |
60 |
|
Finanças Aplicada em Agronegócios |
|
Administração Financeira |
60 |
|
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos de Inovação em Agronegócios |
60 |
Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos de Inovação em Agronegócios |
60 |
|
Gestão Logística em Agronegócios |
60 |
Gestão Logística |
60 |
|
Gestão de Pessoas em Agronegócios |
60 |
Gestão de Pessoas |
60 |
|
Planejamento e Controle da Produção Agrícola e Pecuária |
60 |
Planejamento e Controle da Produção |
60 |
|
Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária |
60 |
Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária |
60 |
|
Gestão de Processos em Agronegócios |
60 |
Gestão de Processos |
60 |
|
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
60 |
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
60 |
|
Governança e Práticas Ambientais e Sociais (Environmental, Social and Governance - ESG) |
60 |
Governança e Práticas Ambientais e Sociais (ESG) |
60 |
|
Tecnologia Aplicada à Gestão em Agronegócios |
60 |
Tecnologia Aplicada à Gestão de Negócios |
60 |
|
Gerenciamento de Projetos em Agronegócios |
60 |
Gerenciamento de Projetos |
60 |
|
Laboratório de Gestão em Agronegócios |
60 |
Laboratórios de Gestão |
60 |
|
Gestão Estratégica em Agronegócios |
60 |
Gestão Estratégica |
60 |
|
Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios |
60 |
Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios |
60 |
Fonte: Elaborada pelo autor (2025).
A análise da equivalência entre as matrizes demonstra o aprimoramento contínuo do projeto pedagógico, assegurando que o curso mantenha a sua relevância e a aderência às necessidades do mercado de trabalho. A nova estrutura, sob a nomenclatura de Tecnologia em Processos Gerenciais, foi cuidadosamente planejada para fortalecer a formação do egresso, capacitando-o para atuar de forma estratégica e inovadora em cenários de alta competitividade. Com isso, o curso reafirma o compromisso da UNEMAT em formar profissionais que contribuam para o desenvolvimento sustentável da região, consolidando a universidade como um agente de transformação territorial. A nova matriz é um avanço expressivo para o mercado profissional, pois capacita gestores para realizar diagnósticos e desenvolver propostas de soluções inovadoras para organizações, especialmente aquelas relacionadas ao agronegócio mato-grossense.
1.2.6 Relação entre Competências Profissionais a Serem Desenvolvidas e os Componentes Curriculares
Os componentes curriculares contribuem para a formação das competências profissionais a serem desenvolvidas no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais da UNEMAT, Câmpus Tangará da Serra, conforme exposto no quadro seguinte.
Quadro 11 – Relação entre as Competências Profissionais a serem desenvolvidas e os Componentes Curriculares do Curso
|
Relação entre as Competências Profissionais a serem desenvolvidas e os Componentes Curriculares do Curso |
|
|
Módulo de Formação Básica em Gestão |
|
|
Competências a serem Desenvolvidas |
Componentes Curriculares |
|
Realizar diagnósticos e análises de dados referentes a sistemas e processos organizacionais, incorporando novos conhecimentos da ciência da Administração, aplicáveis a diferentes setores, com especial direcionamento para as demandas do agronegócio |
Diagnóstico e Intervenção Organizacional Fundamentos da Administração |
|
Identificar ações da organização em comparação às diversas legislações e normas vigentes, indicar mecanismos para acompanhar sua conformidade com os padrões legais e normativos. |
Direito Aplicado a Negócios |
|
Extrair e analisar informações de natureza econômica e financeira a partir dos demonstrativos e relatórios contábeis para subsidiar o processo decisório. |
Linguagem das Demonstrações Contábeis |
|
Analisar cenários econômicos e interpretar indicadores macro e microeconômicos para subsidiar a tomada de decisões em diferentes contextos organizacionais. |
Economia |
|
Reconhecer o papel e as possibilidades de atuação do Tecnólogo em Processos Gerenciais planejando seu itinerário formativo de forma integrada ao projeto de vida pessoal e profissional, sem perder de vista sua inserção em diferentes tipos de organizações, sobretudo aquelas ligadas ao agronegócio mato-grossense. |
Projeto Integrado I: Projeto de Vida e Atuação Profissional |
|
Primeiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
|
|
Competências a serem Desenvolvidas |
Componentes Curriculares |
|
Caracterizar e interpretar as diversas cadeias produtivas do agronegócio mato-grossense, suas potencialidades e principais desafios. |
Agronegócio e Cadeias Produtivas |
|
Elaborar, sistematizar e interpretar indicadores quantitativos para subsidiar a tomada de decisão em diferentes tipos de empreendimentos, com atenção especial às demandas do agronegócio. |
Estatística Aplicada a Negócios |
|
Coletar, organizar e analisar informações gerenciais para a elaboração de orçamentos, planejamento financeiro, controle e otimização de custos de produção em diferentes tipos de organizações, com atenção diferenciada às especificidades dos empreendimentos agropecuários e agroindustriais. |
Orçamento e Composição de Custos |
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Identificar fontes de captação de recursos financeiros, aplicar técnicas de avaliação de investimentos e ferramentas de gestão do capital de giro que contribuam para decisões assertivas, com atenção especial às demandas do setor agropecuário. |
Administração Financeira |
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Atuar de forma orientada à inovação e ao empreendedorismo, identificando oportunidades em diversos setores econômicos e desenvolvendo soluções inovadoras que contribuam, de maneira destacada, para a competitividade e sustentabilidade do agronegócio. |
Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos de Inovação em Agronegócios |
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Segundo Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
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Competências a serem Desenvolvidas |
Componentes Curriculares |
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Gerenciar o fluxo de movimentação e a armazenagem de insumos e produtos em diferentes tipos de organizações, coordenando também os serviços de informação associados a toda a cadeia produtiva, buscando rapidez, redução de custos e atendimento eficaz das necessidades do cliente, com foco especial nas cadeias agropecuárias e agroindustriais. |
Gestão Logística |
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Compreender os sistemas de gestão de pessoas e gerenciar ações voltadas à captação, engajamento, desenvolvimento, retenção e coordenação de diferentes perfis profissionais em variados contextos organizacionais, com direcionamento diferenciado para empreendimentos do agronegócio. |
Gestão de Pessoas |
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Gerenciar os processos de planejamento e controle da produção em organizações de diferentes setores, desde o recebimento da matéria-prima até a industrialização, conservação e entrega do produto final, com aplicabilidade destacada às atividades agroindustriais. |
Planejamento e Controle da Produção |
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Prospectar mercados e canais de comercialização estratégicos para produtos e serviços de diferentes setores, elaborando análises comerciais que considerem demandas e oportunidades de mercado, com ênfase nas cadeias agropecuárias e agroindustriais. |
Marketing e Comercialização Agrícola e Pecuária |
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Projetar, modelar e otimizar processos de negócio em consonância com os objetivos organizacionais, estruturando sistemas administrativos e de controle em diversos tipos de empreendimentos, com direcionamento particular às organizações do agronegócio. |
Gestão de Processos |
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Projetar, desenvolver, testar e refinar produtos mínimos viáveis (MVP) de soluções inovadoras para organizações de diferentes setores, utilizando o Ciclo Construir-Medir-Aprender, com foco estratégico na criação de inovações voltadas ao agronegócio mato-grossense. |
Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios |
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Terceiro Módulo de Formação Específica em Processos Gerenciais |
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Competências a serem Desenvolvidas |
Componentes Curriculares |
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Reconhecer e adotar boas práticas de gestão que priorizem a governança corporativa, a sustentabilidade e o desenvolvimento social em organizações de diferentes setores, com ênfase no contexto do agronegócio mato-grossense. |
Governança e Práticas Ambientais e Sociais (Environmental, Social and Governance - ESG) |
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Definir os objetivos do empreendimento, analisar cenários e projetar estratégias de ação que permitam responder de forma eficaz às demandas organizacionais, com aplicação especial às organizações do agronegócio, sem limitar-se a elas. |
Gestão Estratégica Laboratórios de Gestão |
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Desenvolver e gerenciar projetos em organizações de variados segmentos, utilizando as melhores práticas em gerenciamento de projetos, atendendo às exigências do mercado, aos objetivos organizacionais e aos interesses dos stakeholders, com especial atenção às demandas do agronegócio |
Gerenciamento de Projetos |
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Compreender os sistemas de gerenciamento da informação, mapear indicadores e parâmetros de desempenho e propor métodos de coleta, processamento e análise de dados aplicáveis a diferentes organizações. |
Tecnologia Aplicada à Gestão de Negócios |
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Elaborar planos de negócios que favoreçam a mobilização de recursos e a implementação de projetos empreendedores e inovadores, voltados tanto para organizações do agronegócio quanto para outros tipos de organizações que demandem soluções criativas e sustentáveis. |
Projeto Integrado IV - Plano de Negócios Inovadores em Agronegócios |
Fonte: Elaborada pelo autor (2025).
1.3 Atividades Acadêmicas Articuladas ao Ensino de Graduação
A dinâmica do mercado atual exige dos profissionais competências como autonomia e compromisso com o aprimoramento. Propiciar aos discentes atividades formadoras que estimulem o desenvolvimento destas competências é fundamental.
As atividades acadêmicas devem fornecer experiências para criação de redes de saberes e acesso a diferentes tipos de informações. Dessa forma, o estudante é encorajado a participar em atividades de ensino, projetos de pesquisa, projetos de extensão e projetos de inovação como meio para enriquecer a experiência da graduação. As estratégias de ensino são implementadas de acordo com os objetivos de aprendizado das disciplinas e podem ter diferentes abordagens.
Além das práticas já previstas, o curso garantirá a aproximação sistemática com o setor produtivo, por meio de convênios e projetos conjuntos com organizações do agronegócio. As atividades incluirão mentorias empresariais, participação em programas de incubação, visitas técnicas organizadas em conjunto com parceiros e eventos de integração universidade–empresa, fortalecendo a formação aplicada e inovadora dos estudantes.
1.3.1 Aulas Teóricas, Práticas ou de Campo
Proporcionam a proximidade entre docentes, discentes e organizações do agronegócio durante o curso de graduação, permitindo a troca de conhecimento com diferentes metodologias como discussão e resolução de problemas, investigação, elaboração e apresentação de trabalhos. As aulas terão como principais estratégias de mediação do processo de ensino-aprendizagem as metodologias ativas, em que o acadêmico se torna o agente ativo do processo de construção do seu conhecimento e o professor assume o papel de um agente facilitador.
As aulas práticas consistem em atividades, individuais ou em grupos, que podem ser realizadas em laboratórios, visitas de campo e sala de aula. Nas visitas a campo ou visitas técnicas às instituições contribuem com a comunidade acadêmica, permitindo ao acadêmico a associação entre o conteúdo teórico e o universo profissional. Também é possível analisar aspectos mercadológicos e institucionais difíceis de serem diagnosticados nas aulas teóricas.
1.3.2 Atividades de Ensino à Distância
O processo de ensino-aprendizagem das disciplinas na modalidade a distância será estruturado com base nas atividades realizadas com suporte via Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No AVA estarão disponíveis as webaulas, avaliações virtuais, fóruns de debate e demais materiais, bem como informações necessárias para o desenvolvimento da disciplina. A UNEMAT utiliza o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), que é um software que permite a estudantes e professores uniformizar o sistema de aprendizado.
O SIGAA é um software da área acadêmica, utilizado por diversas outras instituições de ensino superior no Brasil, atendendo à graduação, pós-graduação (stricto e lato-sensu), fornecendo registros e relatórios da produção acadêmica dos docentes, atividades de ensino a distância e um ambiente virtual de aprendizado denominado Turma Virtual, dentre outros. Disponibiliza também portais específicos para: reitoria, professores, estudantes, tutores de ensino a distância, coordenações lato-sensu e stricto-sensu e comissões de avaliação institucional e docente (ESIG, 2020)[13].
1.3.3 Simulações, Laboratórios e Jogos Empresariais
Em sua matriz curricular o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais prevê a disciplina de Laboratórios de Gestão, que atuará como método de capacitação gerencial em processos de gestão e tomada de decisão gerencial em que os participantes competem entre si, tomando decisões que, processadas por um simulador on line, geram relatórios gerenciais para que um novo ciclo de análises e tomada de decisões seja realizado.
O acadêmico é exposto a cenários que se aproximem da realidade pretendida, com o objetivo de conhecer o funcionamento das organizações sob uma perspectiva sistêmica dos processos de gestão. Outros aspectos importantes das simulações são que promovem a integração do conhecimento científico com a vivência empresarial. Desenvolvem habilidades de: planejar, negociar, liderar, organizar, administrar o tempo e os recursos, elaborar estratégia, administrar finanças, empreender ideias e identificar as soluções mais adequadas para os problemas propostos.
No caso da aplicação dos jogos de negócios ou simulação empresarial, a UNEMAT Câmpus de Tangará da Serra já possui parceria com a Bernard Sistemas desde 2006 e, mais recentemente, com a Simulare, cujos produtos atendem satisfatoriamente às nossas demandas. Especificamente para o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, a melhor opção a ser aplicada é a do Simulador de Agronegócio, que se constitui em um simulador destinado à simulação de empresas de agronegócios. As empresas simuladas são pequenas indústrias ou cooperativas de produtores rurais. Elas compram matérias-primas agrícolas de produtores rurais ou intermediários e as transformam em produtos de consumo. Como principais características deste software, ele reproduz as condições de operação do processo de transformação e comercialização, englobando as áreas de produção, vendas, financeira e recursos humanos.
1.3.4 Desenvolvimento de Projetos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação
O aprendizado está presente tanto na formação do pesquisador quanto nas atividades de extensão da UNEMAT e na inovação. O acadêmico encontra na pesquisa, na extensão e na inovação campos relevantes de conhecimento, aproximando os estudantes da realidade da sociedade e do mercado empresarial.
A participação dos discentes em projetos de pesquisa, extensão e inovação estimula a busca por novas formas de investigação e possibilita a efetiva participação da universidade na sociedade. Os projetos integram o esforço dos docentes na produção e difusão do conhecimento. Todos os docentes do curso são incentivados a atuar em projetos, nas linhas e sublinhas definidas, para garantir o alto nível de qualificação acadêmica, independentemente do vínculo com a instituição (efetivos ou interinos). Essa participação aumenta a possibilidade de produção acadêmico-científica, extensionista e inovação, gerando um diferencial na formação acadêmica.
Os projetos de ensino, pesquisa, extensão[14] e inovação são atividades preferencialmente desenvolvidas em grupo, trabalhando assim as relações humanas, fato que colocará o acadêmico no ambiente decisório vivenciado pelo Tecnólogo em Processos Gerenciais. Os projetos desenvolvidos por docentes ou discentes (neste caso, sob coordenação do primeiro) devem ser institucionalizados, de acordo com as normas da UNEMAT.
1.3.5 Atividades Socioculturais, Artísticas e Esportivas
O estímulo a participar e promover ações culturais, artísticas, esportivas, socialmente responsáveis e sustentáveis pode desenvolver nos acadêmicos novos comportamentos na atuação profissional e pessoal, e seu papel na sociedade. O Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, em conjunto com o Curso de Bacharelado em Administração, oferece oportunidades para o pensar e agir responsável e sustentável por meio de projetos e ações.
O InterADM é um evento que promove práticas esportivas entre acadêmicos e professores, tais como: vôlei feminino e masculino; futebol de campo; truco; sinuca e jogo de baralho. Tem como objetivo possibilitar a socialização entre os envolvidos e, ao mesmo tempo, incentivar a prática esportiva. Além desse evento, o curso, juntamente com o Curso de Bacharelado em Administração do Câmpus de Tangará da Serra, possui uma Atlética Esportiva, a Disceros, que realiza algumas atividades esportivas intercursos.
Em todos os eventos organizados no curso, é privilegiada alguma prática cultural, tais como: apresentação de dança artística e musicais, fazendo com que os talentos existentes no curso tenham a oportunidade de se apresentarem, assim como são convidados artistas de outros cursos.
1.4 Prática Profissional Formativa
A prática profissional rege-se pelos princípios da oportunidade para todos, sendo vivenciada em mais de uma modalidade, conciliando a teoria com a prática profissional e dispondo de um acompanhamento do estudante através da orientação de um professor durante o período de sua realização.
Os princípios que fundamentam as relações teórico-práticas na ação curricular são promovidos no curso através das seguintes formas:
1.4.1 Componentes Curriculares com Créditos Práticos
Os Componentes Curriculares possuem créditos práticos e preveem ações em laboratório, assim como atividades externas com visitas técnicas, aulas de campo, pesquisa de campo, desenvolvimento de projetos de empreendedorismo e inovação em agronegócios, cursos para comunidade externa, reuniões com cooperativas e associações.
1.4.2 Projetos de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios
No Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) consiste em um projeto que assume um caráter mais prático, direcionado para as demandas gerenciais do agronegócio mato-grossense e para a construção de soluções inovadoras para estas demandas. Ele começa a ser desenvolvido a partir do segundo módulo do curso, momento em que os estudantes desenvolverão um Projeto de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios por meio das disciplinas Projeto Integrado II - Ferramentas e Processos em Inovação em Agronegócios, Projeto Integrado III - Desenvolvimento de Soluções Inovadoras em Agronegócios e Projeto Integrado IV - Planos de Negócios Inovadores em Agronegócios. Através do desenvolvimento desse projeto, os estudantes mobilizarão e articularão conhecimentos, habilidades, processos, ferramentas e técnicas aprendidas ao longo do curso, nos diferentes componentes curriculares, para identificar eventuais necessidades vivenciadas pelo segmento do agronegócio mato-grossense e desenvolver propostas de solução por meio de produtos e/ou serviços de inovação, dentro de um modelo de negócios sustentável a longo prazo.
1.4.3 Simulação com Jogos Empresariais
Oportunidade em que o estudante experencia a realidade pretendida. Tendo como norteador do conhecimento um software tecnológico com modelos de negócio voltados para o contexto do agronegócio para que o acadêmico vivencie a modalidade empresarial tomando decisões em diversas áreas administrativas. Ainda tem disponível o professor que atua como facilitador neste processo decisório.
1.4.4 Projetos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação
Os projetos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação visam gerar a participação acadêmica nos mais variados projetos a fim de gerar conhecimento e integrar o acadêmico com a universidade e com a comunidade. Projetos de Ensino constituem-se como toda proposta de ação de caráter educativo, social, científico ou tecnológico, formulada com vistas à melhoria da qualidade no processo de ensino e aprendizagem dos acadêmicos.
Já os Projetos de Extensão Universitária são ações processuais e contínuas de caráter educativo, social, cultural, artístico, científico, tecnológico, institucionalizado, que envolva docentes, profissionais técnicos da educação superior e discentes, desenvolvido junto à comunidade interna e externa, mediante ações sistematizadas, com objetivos claros e prazos determinados, com duração mínima de 01 (um) ano e preferencialmente vinculados a um Programa de Extensão.
Na UNEMAT, o Projeto de Pesquisa constitui-se de toda proposta de atividade formulada com vistas a produzir e publicizar informações que complementam ou superam conhecimentos já produzidos e/ou que buscam a solução de um problema considerado de relevância científica. Já os Projetos de Pesquisa em Inovação representam todo projeto que propõe a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e/ou social que resulte em novos produtos (bem ou serviço), processos, métodos organizacionais, de marketing, ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características que possam resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho.
1.4.5 Eventos que Promovam a Integração entre a Comunidade Acadêmica do Curso com os Profissionais e Organizações do Agronegócio Mato-grossense
O processo de desenvolvimento dos projetos de empreendedorismo e inovação em agronegócios pelos estudantes se inicia com a identificação de uma demanda, de uma necessidade relacionada ao contexto do agronegócio mato-grossense. O processo de levantamento destas demandas/necessidades do agronegócio mato-grossense poderá contar com diferentes iniciativas por parte da universidade de diálogo junto às principais organizações e representantes do segmento na região. Dentre estas iniciativas pode-se citar a realização de mesas-redondas, painéis, seminários e simpósios realizados no início e ao longo do semestre. Estas iniciativas serão desenvolvidas com a participação de representantes dos produtores locais, agroindústrias, empresas de venda e revenda para o setor, prestadores de serviços, sindicatos rurais, associações de produtores, Aprosoja, Empaer, AgriHub, Senar, dentre outros players e organizações estratégicas do segmento.
Ao final do curso, os estudantes apresentarão o Plano de Negócios da Startup ou Spin-Off, constituída a partir do projeto de empreendedorismo e inovação em agronegócios desenvolvido, em formato de Pitch para potenciais investidores em um evento de extensão estilo Pitch Week chamado i9Agro Cerrado Pitch Week, evento aberto ao público e realizado semestralmente pelo Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Uma Pitch Week é um evento que reúne startups e empresas, investidores e empreendedores. Valoriza os negócios que estão em desenvolvimento dentro de um ecossistema, neste caso, o ecossistema de empreendedorismo e inovação no agronegócio mato-grossense.
1.4.6 Incubadora de Modelos de Negócios Inovadores
Ao concluírem o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, os egressos poderão ter em mãos, a partir dos projetos de empreendedorismo e inovação em agronegócios desenvolvidos ao longo do curso, modelos de negócios inovadores promissores. Os egressos poderão continuar recebendo orientação e suporte do curso junto aos seus empreendimentos por meio da Incubadora de Modelos de Negócios Inovadores.
A Incubadora contará com uma infraestrutura física sediada no Câmpus Universitário de Tangará da Serra, atuando junto ao Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação, e contará com um rol de expertises que serão colocados à disposição dos Projetos de Empreendedorismo e Inovação em Agronegócios, durante a formação dos estudantes, e também aos empreendimentos emergentes, após a formação. Além da infraestrutura física, será oferecido para estes projetos incubados apoio gerencial e expertises técnicas em diversas áreas como assessoria contábil, assessoria jurídica, assessoria na submissão em editais de captação de recursos, mentoria em diferentes áreas da gestão, treinamentos e cursos sob demanda, bem como o atendimento de outras demandas que possam vir a surgir. O processo de incubação dos projetos poderá se estender por um período de até 2 anos após a conclusão do curso pelos seus sócios fundadores.
Atualmente já existe em operação uma incubadora de empreendimentos econômicos solidários que continuará dando andamento aos trabalhos desenvolvidos até o presente momento e também poderá dar apoio a estes projetos que porventura estejam dentro do seu escopo de atuação. Esta incubadora está operando dentro do Núcleo de Ensino, Pesquisa, Extensão e Estudos da Complexidade do Mundo do Trabalho (NECOMT) que é vinculado à Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas (FACSAL) e envolve todos os cursos da UNEMAT do Câmpus Eugênio Carlos Stieler – Tangará da Serra-MT. Ela foi instituída por meio do programa de extensão - Incubadora de Organizações Coletivas Autogeridas, Solidárias e Sustentáveis (IOCASS) – CNPq 2011. Grande parte dos empreendimentos atendidos por esta incubadora está relacionada ao contexto do agronegócio, principalmente aqueles de organizações coletivas de agricultura familiar e agroindústrias alimentícias de pequeno porte.
1.5 Ações de Extensão
O Projeto Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais cumpre o estabelecido pelo Conselho Nacional de Educação, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica. Considerando a necessidade de promover e creditar as práticas de Extensão universitária e garantir as relações multi, inter e/ou transdisciplinares e interprofissionais da Universidade e da sociedade, esse PPC se fundamenta no princípio da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, previsto no art. 207 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; na concepção de currículo estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.364/96); na Meta 12.7 do Plano Nacional de Educação 2014/2024 (Lei nº 13.005/2014); na Resolução nº 07 de 2018 do Conselho Nacional de Educação e na Política de Extensão e Cultura da UNEMAT de modo a reconhecer e validar as ações de Extensão institucionalizadas como integrantes da matriz curricular do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerencias.
A Creditação da Extensão é definida como o registro de atividades de Extensão no Histórico Escolar, nas diversas modalidades extensionistas, com escopo na formação dos estudantes. Para fim de registro, considera-se a Atividade Curricular de Extensão (ACE) a ação extensionista institucionalizada na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UNEMAT, nas modalidades de projeto, curso e evento, coordenada por docente ou técnico efetivo com nível superior. As ACEs fazem parte da matriz curricular deste PPC e compõem, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da carga horária curricular. Este Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais garante ao discente a participação em quaisquer atividades de Extensão, respeitados os eventuais pré-requisitos especificados nas normas pertinentes. O discente deve atuar integrando a equipe no desenvolvimento das atividades curriculares de extensão (ACE’s), nas seguintes modalidades:
I. Em projetos de Extensão, como bolsista ou não, nas atividades vinculadas;
II. Em cursos, na organização e/ou como ministrantes;
III. Em eventos, na organização e/ou na realização.
As ACEs serão registradas no histórico escolar dos estudantes como forma de seu reconhecimento formativo e devem conter título, nome do coordenador, IES de vinculação, período de realização e a respectiva carga horária.
[1] Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT. Disponível em: http://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/4328_res_conepe_3_2019.pdf
[2] Resolução 1, de 05 de janeiro de 2021 – CNE/CP. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=167931-rcp001-21&category_slug=janeiro-2021-pdf&Itemid=30192
[3] Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT. Disponível em: http://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/4328_res_conepe_3_2019.pdf
[4] Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT.
[5] Resolução 01/2012-CNE/CP, de 30 de maio de 2012, Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos.
[6] Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT. Disponível em: http://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/4328_res_conepe_3_2019.pdf
[7] Resolução 02/2012 - CNE/CP, de 15 de junho de 2012, Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental.
[8] Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) - UNEMAT - 2022-2028.
[9][9] PPC do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas: https://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/5456_res_conepe_31_2022.pdf
[10] PPC do Curso de Licenciatura em Letras: https://www.unemat.br/resolucoes/resolucoes/conepe/5448_res_conepe_31_2024.pdf
[11] Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) - UNEMAT - 2022-2028.
[12] Decreto Nº 12.456, de 19 de maio de 2025 - dispõe sobre a oferta de educação à distância por IES em cursos de graduação.
[13] ESIG. Gestão Acadêmica – SIGAA. Disponível em: <https://www.esig.com.br/portal/educacao/universidades-estaduais/gestao-academica-sigaa/#:~:text=O%20SIGAA%20(Sistema%20Integrado%20de,a%C3%A7%C3%B5es%20de%20extens%C3%A3o%2C%20submiss%C3%A3o%20e >, acesso em 18 agosto 2020.
[14] Resolução 022/2018 – CONEPE, Estabelece e normatiza a realização de Eventos e Cursos de Extensão na UNEMAT.
A avaliação interna é nomeada pela literatura científica como autoavaliação. Perrenoud (2012, p. 49) concebe a autoavaliação como “um exercício de lucidez que todo profissional e toda organização deveriam admitir”. Para o autor, no processo de avaliação institucional, a autoavaliação deve ser a etapa inicial para que o avaliador externo possua dados primários.
A avaliação interna não tem a pretensão de substituir a avaliação institucional da UNEMAT, mas complementar tal ação, no sentido de fornecer mais subsídios aos gestores do curso. Seu objetivo, portanto, é analisar a percepção dos discentes em relação aos docentes, coordenadores, equipe técnica, estrutura física, dentre outros elementos, servindo como fonte informacional utilizável na melhoria de suas práticas pedagógicas.
O NDE é o responsável por definir juntamente com a Coordenação do Curso a melhor forma, os métodos mais apropriados e o período que ocasiona menos transtornos às atividades letivas na aplicação da avaliação interna. Tradicionalmente tem-se aplicado o método qualitativo na coleta das informações, mas em certas circunstâncias também poderá ser realizado como descritivo de levantamento (survey) de cunho quantitativo, usando, inclusive, parâmetros estatísticos na análise.
O Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais não renuncia à autoavaliação, pois ratifica o que Franco (2012) preceitua, de que mesmo que seja conflituosa nos interesses, a avaliação interna é rica em produtividade e é intrínseca à convivência dos sujeitos, contribuindo para o aprimoramento da escola e do currículo. Contudo, vale destacar que cabe ao professor o zelo e o acompanhamento dos reflexos que suas ações reproduzirão como incitadora de novas aprendizagens, permitindo, quando necessária, a reformulação de sua prática docente rumo ao alvo cobiçado, a partir do retorno de seus educandos (FRANCO, 2012).
Desse modo, no Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, a avaliação feita pelo discente a respeito da prática de seus professores, por permitir a formação continuada de seu corpo de educadores e a procura constante rumo à qualificação dos serviços prestados, contará com uma regulamentação própria, aprovada pelo Colegiado de Curso e demais instâncias competentes, assegurando que o seu verdadeiro papel não seja desvirtuado por interesses alheios às vantagens e benefícios destacados ex ante.
1.1 Outros Fóruns de Avaliação do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
Reuniões da Coordenação do Curso com o Corpo Docente: a Coordenação manterá contato permanente com o corpo docente do curso, por meio de reuniões no início do semestre, ou quando forem necessárias, para que sejam discutidos pontos relevantes para o bom andamento das aulas e cumprimento dos planos de ensino. Nessas reuniões, a troca de ideias e experiências entre os docentes do curso e a Coordenação promovem a integração para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo.
Reuniões da Coordenação do Curso com o NDE: a Coordenação manterá contato permanente também com o NDE, unidade responsável pelo acompanhamento do curso, monitorando a relação professor-estudante e seu impacto no decorrer do semestre, assim como analisando se há fatores no desempenho docente que possam comprometer o bom andamento dos planos de ensino.
Reuniões da Coordenação com os Representantes de Turmas: A Coordenação do Curso procurará envolver os líderes de turma no processo avaliativo, reunindo-se com os mesmos para realização de balanços sobre desempenho acadêmico, infraestrutura, corpo docente e avaliação da própria Coordenação.