O projeto de extensão “Produção de textos na escola” tem como proposta oferecer minicursos e oficinas acerca do processo de escrita a diferentes segmentos da sociedade, em espaços privilegiados da práxis docente, principalmente a alunos de terceiro ano do ensino médio de escolas públicas de Tangará da Serra e região circunvizinha, tomando como instrumentos de ensino tanto o gênero textual “redação do Enem” (de modo a contribuir para a preparação daqueles ao exame), quanto gêneros textuais digitais para cursantes da modalidade EJA do Ensino Médio (que contribuam para a ampliação do seu letramento digital). Acadêmicos do curso de Letras, extensionistas, atuam como ministrantes dos minicursos e oficinas, sendo supervisionados pelos docentes do curso de Letras que integram o projeto.

O grupo de acadêmicos extensionistas participou, durante o ano, de várias etapas de estudo/formação/preparação para a atuação como protagonistas nas ações, que é quando ocorre o momento de interação com a comunidade externa, tendo ocorrido em 2025 a oferta de minicursos e oficinas nos seguintes municípios:

i) Tangará da Serra: cursos de Letramento Digital a alunos das fases finais do Ensino Médio da Escola Estadual 29 de Novembro, da modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) – 03 de abril e 05 de novembro;

ii) Nova Olímpia: cursos sobre a redação do Enem a alunos de terceiro ano do Ensino Médio, inscritos no exame, em parceria com a Ong Florescer – 03 a 10 de abril e 05 a 07 de novembro;

iii) Barra do Bugres: oficina sobre produção de jogos pedagógicos para professores de escolas indígenas, durante evento internacional – 18 de julho.

Os cursos de Letramento Digital consideraram as diferentes demandas dos alunos participantes, sobre o qual a professora Dra. Milena Borges destacou: “Os acadêmicos desenvolveram atividades de extensão, junto aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que enriqueceram a formação de ambos envolvidos e permitiram o diálogo, o ensino-aprendizagem a partir de necessidades específicas relacionadas à produção de textos necessários ao exercício da cidadania”.

Já os cursos sobre a redação do Enem consideraram o planejamento e a proximidade com a realização do Exame Nacional do Ensino Médio funcionando como uma revisão e complemento de estudos entre os participantes envolvidos. Para o professor Dr. Flávio Benites (que participou das ações do projeto na Semana da Extensão, no mês de novembro): “O Projeto de extensão ‘Produção de textos na escola’ obteve êxito nas atividades programadas para a Semana de Extensão do câmpus de Tangará da Serra. Afirmo isso porque no dia 05/11 estivemos em Nova Olímpia para atuar junto à ONG Florescer proporcionando atividades voltadas para a redação do ENEM, cuja prova ocorreu no domingo seguinte. No dia, tivemos 22 participantes, todos dos anos finais do Ensino Médio, interessados em melhorar a escrita e obter uma nota ótima na redação. Acompanhei e supervisionei o trabalho desenvolvido pelos acadêmicos de Letras, extensionistas vinculados ao projeto. De fato, houve protagonismo deles na aplicação das seguintes atividades: explicação da estrutura da redação do ENEM e identificação dos elementos em uma redação nota 1000 com foco na elaboração dos argumentos”.

O professor Me. Isaías Munis Batista, que acompanhou as atividades do dia 06/11, afirmou: “Na segunda noite do evento em Nova Olímpia, os extensionistas conduziram as discussões não apenas sobre a importância de elementos linguísticos para o estabelecimento da coesão textual e manutenção da coerência, mas também sobre a organização do gênero textual “Redação do ENEM” em três partes: introdução (explicitação do ponto de vista – tese – e possível antecipação de quais argumentos servirão de base para sustentar tal ponto de vista), desenvolvimento (argumentos organizados de forma a funcionarem como “prova/sustentação” da “tese” – um argumento por parágrafo) e conclusão (que, além de ser a síntese dos parágrafos anteriores, deve oferecer uma proposta explícita de intervenção na realidade – com certo grau de detalhamento). Para isso, apresentaram alguns quadros em que são sistematizados fatores de organização sequencial de elementos linguísticos (como a articulação, a referência, a substituição vocabular e a elipse) e exploraram as três primeiras redações nota mil da Cartilha do Candidato 2025 nas quais sinalizaram tanto aspectos linguístico-gramaticais quanto discursivo-estruturais. Partiram, portanto, da organização dos parágrafos, da identificação dos elementos coesivos e seus efeitos de sentidos na construção dos argumentos, até a explicitação da proposta de intervenção (incluindo o alerta de que a utilização de repertório cultural deve, preferencialmente, ocorrer de forma articulada, inclusive sendo retomado na conclusão). Por fim, os estudantes foram convidados a voltarem na noite seguinte para realizarem a simulação de uma proposta de redação nos moldes do ENEM”.

Para a coordenadora do projeto, professora Dra. Rejane Centurion: “As ações do ano representaram momentos de bastante interação com troca de saberes e aprendizado entre futuros professores e comunidade externa, promovendo [mais] proximidade entre universidade e escola. O envolvimento dos acadêmicos mostrou o compromisso com o ensino e exercício da cidadania, ainda durante seu processo de formação, produzindo uma esfera de orgulho entre seus professores, envolta pelos sentidos do verbo “esperançar”.

Nas ações de 2025, estiveram envolvidos 38 acadêmicos do curso de Letras, as quais contaram com o apoio da Ong Florescer, da Escola Estadual 29 de Novembro, das coordenações dos cursos de Letras (Tangará da Serra) e Línguas, Artes e Literatura (Barra do Bugres) e do setor de transportes do câmpus de Tangará da Serra.

Equipe do projeto: Profa. Dra. Rejane Centurion (coordenadora); Prof. Me. Isaías Munis Batista; Prof. Dr. Flávio Benites; Profa. Dra. Milena Borges; Acadêmico/Bolsista de extensão Gabriel Oliveira Silva.